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Jornalista
Publicado em 14 de junho de 2024 às 07h30.
No Brasil, 15,8% da população não tem acesso a água, 44,2% não contam com coleta de esgoto e apenas 51,2% do material gerado no país tem tratamento. Na prática, 32 milhões de pessoas não têm acesso a água potável e 90 milhões não dispõem de coleta de esgoto. A evolução é muito lenta. Em um ano, o tratamento de esgoto cresce apenas 1 ponto percentual (p.p.), como mostra o Ranking do Saneamento 2024, elaborado pelo Instituto Trata Brasil com o apoio da GO Associados.
Já o estudo Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento Brasileiro 2022, feito pelo Trata Brasil e pela consultoria EX ANTE, calcula que a universalização do saneamento teria capacidade de reduzir em R$ 25,1 bilhões as despesas com saúde e ainda teria impacto no aumento da produtividade, com um acrescimento de renda estimado em R$ 22 bilhões até 2040. Segundo cálculos, trabalhadores que residem onde há acesso a saneamento básico têm ganhos 83% maiores do que aqueles que não contam com o mesmo tipo de serviço.
O Summit ESG 2024, promovido pela Exame, a maior publicação de negócios do Brasil, trouxe estes problemas para o centro da discussão no painel "Infraestrutura Cidadã: o impacto do saneamento na redução da pobreza". Com a mediação de Rodrigo Caetano, editor de ESG da Exame, o encontro conta com a participação de Jerson Kelman, conselheiro da EVOLTZ, Iguá e Orizon. O painel faz parte da agenda do “Mês do ESG 2024”.
Depois de muito tempo fora das prioridades da pauta de infraestrutura - ao contrário, por exemplo, do setor elétrico, que chega a 99% da população, e é apontado como estratégico -, investidores e governantes passaram a olhar com mais confiança para projetos de água e esgoto.
O Marco do Saneamento de 2020 é a principal alavanca dos projetos que vêm sendo desenhados para o país, avalia Kelman. As regras preveem a universalização até 2033 e até 2040 em casos excepcionais.
A meta, para o especialista, é muito ousada. Para ele, como o Brasil está muito atrasado no setor, os objetivos deveriam ser mais realistas. O boa notícia, no entanto, é que, apesar de o marco ser relativamente recente, os investimentos já estão sendo feitos.
"Os desafios para água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos são enormes. Talvez o maior desafio no setor de infraestrutura no país seja que a classe política, na hora de inaugurar, tem interesse. Mas na hora de alocar recursos para manter funcionando o interesse diminui. Tão importante quanto fazer é manter", sintetiza Kelman.
O Summit ESG da Exame é considerado o maior evento ESG da imprensa nacional e promove debates que refletem a cobertura constante da Exame sobre os principais temas sociais e ambientais de interesse global.
Neste ano, serão realizados 21 painéis, organizados em oito blocos temáticos. Os temas abordados serão: Cadeias de Produção Sustentáveis, Inclusão e Empoderamento Econômico, Transição para uma Economia de Baixo Carbono, Financiando a Transição, Bioeconomia e Agro Sustentável, Soluções para a Transição Energética, Economia Circular e Adaptação e Transição Justa.
A cada semana, dois blocos serão veiculados, sempre às terças e quintas. Cadastre-se aqui para conhecer os detalhes da programação.