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Jornalista
Publicado em 26 de junho de 2024 às 15h23.
Última atualização em 4 de novembro de 2024 às 15h03.
Algumas indústrias, como pontua a representante da PSR, são conhecidas por terem uma dificuldade maior na redução de suas emissões por conta da intensidade de geração em seus processos ou mesmo pelo volume produzido. Em destaque estão a siderurgia, cimento e a indústria química. No Brasil, as indústrias siderúrgicas usam um grande volume de carvão mineral, mas também uma quantidade relevante de carvão vegetal. Há, atualmente, novas tecnologias em desenvolvimento (como o uso do hidrogênio e de eletricidade) e já aplicadas para reduzir as emissões, como o uso do gás natural - de origem fóssil.
O consumo energético no processo produtivo do cimento também é elevado e utiliza principalmente o coque de petróleo. A indústria brasileira já anunciou uma meta de descarbonização, lembra Luana. Já a indústria química tem dois sub-setores que são mais representativos em emissões: fertilizantes, que deve ganhar mais representatividade à medida que a produção for nacionalizada, e a divisão petroquímica, com a produção de plásticos, também muito intensiva em consumo de energia.
"Estes três setores passam pela dificuldade de se descarbonizar de forma econômica e competitiva", resume Luana.
Mas como o Brasil pode avançar na redução das emissões? A representante da EPE lembra que mais de 70% das emissões brasileiras não vêm da energia, mas sim do uso da terra e da agricultura, o oposto do que se vê no resto do mundo. "Isso acontece porque o setor energético já é muito descarbonizado".
No entanto, quando se faz o recorte na energia, quase a metade das emissões vêm do transporte. A diferença é que o Brasil já olha para o setor mirando alternativas para a redução das emissões.
Já a indústria responde por cerca de 30% do consumo energético do país e 20%, aproximadamente, das emissões relacionadas a energia. "Para algumas indústrias ainda temos grandes desafios em termos de padrão tecnológico de descarbonização. Precisamos nos concentrar naquelas indústrias de difícil descarbonização, por meio da substituição de combustível, de rota tecnológica por rotas menos emissoras", analisa Heloisa.
Por outro lado, pondera a diretora da EPE, existe o fato de o Brasil estar em crescimento, o que torna essencial equilibrar o desafio. "Para impulsionar o crescimento do país a gente vai aumentar o consumo energético. "Precisamos entender como evitar esse aumento de emissão, como mitigar o que não for possível evitar e quais são as novas rotas tecnológicas que permitiram a compensação", completa.
O Summit ESG da Exame é considerado o maior evento ESG da imprensa nacional e reúne debates que refletem a cobertura constante da Exame sobre os principais temas sociais e ambientais de interesse global.
Neste ano, serão realizados 21 painéis, organizados em oito blocos temáticos. Os temas abordados serão: Cadeias de Produção Sustentáveis, Inclusão e Empoderamento Econômico, Transição para uma Economia de Baixo Carbono, Financiando a Transição, Bioeconomia e Agro Sustentável, Soluções para a Transição Energética, Economia Circular e Adaptação e Transição Justa.
A cada semana, dois blocos serão veiculados, sempre às terças-feiras e quintas-feiras. Cadastre-se aqui para conhecer os detalhes da programação .
Além disso, em junho, a Exame publica o Melhores do ESG, principal guia de sustentabilidade do Brasil, realizado há mais de duas décadas. A premiação das empresas que mais contribuíram para o desenvolvimento sustentável do país aconteceu no dia 17 de junho, celebrando organizações que se destacam não apenas pelo lucro, mas também pelo compromisso com o desenvolvimento social e a preservação ambiental.