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Jornalista
Publicado em 7 de junho de 2024 às 14h13.
Última atualização em 11 de junho de 2024 às 10h29.
Seja qual for o tamanho da empresa, o processo de implantação da estratégia ESG é desafiador, em especial no desenvolvimento de ferramentas que auxiliem na mensuração dos avanços alcançados ao longo do tempo.
O painel "O poder de influência das grandes corporações" faz parte da programação do Summit ESG 2024, promovido pela Exame, a maior publicação de negócios do Brasil. Os encontros fazem parte da programação do “Mês do ESG 2024”.
Sob a mediação de Renata Faber, diretora ESG da Exame, participam do encontro Onara Lima, fundadora da ESG Advisory, Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU, Rede Brasil, e Rodrigo Figueiredo, Former Chief Sustainability & Procurement da Ambev, apontam caminhos a partir da influência exercida pelas grandes corporações.
Figueiredo, com um histórico em grandes corporações, acredita que as empresas devem exercer a liderança na hora de influenciar positivamente todo o ecossistema em que estão inseridas.
Na Ambev, por muito tempo, a estratégia partia de um olhar para dentro do negócio no desenvolvimento de ações voltadas à sustentabilidade. O primeiro relatório das atividades da área, em 2023, era focado em ações ligadas ao consumo de água e energia, além de reciclagem interna.
Só depois de dois ciclos de compromissos, ao olhar para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da ONU, a Ambev entendeu que era preciso transbordar as iniciativas para a cadeia de fornecedores, o que levou a mudanças, como passar a responsabilidade pela sustentabilidade ambiental para a área de cadeia de suprimentos.
Com a decisão da Ambev de adotar um modelo mais colaborativo, compartilhando experiências com os fornecedores, foram criados comitês com a participação de especialistas com o objetivo de buscar formas de gerar mais impacto.
“Vamos abrir as portas para os fornecedores aprenderem conosco e, ao mesmo tempo, direcioná-los para uma parceria com a gente. Mais do que dar o exemplo, decidimos influenciar”, relata Figueiredo. Os compromissos passaram a ser incluídos nos contratos, com prêmios aos fornecedores mais engajados. “Foi um jogo de ganha-ganha-ganha. Ganhavam a Ambev, o fornecedor e a sociedade.”
Com a experiência em grandes empresas e contato com pequenas e médias, Onara cita que, em primeiro lugar, é preciso romper com a ideia de que os empreendimentos menores não podem aderir a uma pauta sustentável.
“A jornada pode não ter o mesmo peso nas pequenas e médias. Mas se elas estão inseridas na cadeia de valor das grandes, que já têm uma série de compromissos e responsabilidades, certamente isso vai reverberar para a cadeia de fornecedores”, diz a consultora.
O processo, na opinião de Onara, deve passar pelo entendimento de que se trata de uma jornada e que, quanto maior for o preparo para atender a esses requisitos inseridos pelos grandes parceiros de negócios na sua cultura, maior será a competitividade e o protagonismo daquele pequeno e médio empreendimento. “A parceria deve ser criada de mãos dadas.”
Mas qual deve ser o papel da iniciativa privada em relação à crise climática? Carlo Pereira critica quando as lideranças empresariais olham para o problema apenas do ponto de vista da oportunidade.
Para o representante do Pacto Global, no Brasil, ainda há um foco grande na busca de formas de mitigação, uma agenda que é muito relevante nos países desenvolvidos – com uma estrutura mais adaptada do que nos países em desenvolvimento.
“No entanto, não olhamos para a adaptação, a resiliência no Brasil e em países em desenvolvimento. Temos visto eventos climáticos cada vez mais extremos e frequentes e os estragos que têm causado, como no Rio Grande do Sul, com bilhões em estragos. Quanto estamos adaptados e olhando para os impactos físicos dos eventos extremos?”, provoca Pereira.
O Summit ESG da Exame é considerado o maior evento ESG da imprensa nacional e promove debates que refletem a cobertura constante da Exame sobre os principais temas sociais e ambientais de interesse global.
Neste ano, serão realizados 21 painéis, organizados em oito blocos temáticos. Os temas abordados serão: Cadeias de Produção Sustentáveis, Inclusão e Empoderamento Econômico, Transição para uma Economia de Baixo Carbono, Financiando a Transição, Bioeconomia e Agro Sustentável, Soluções para a Transição Energética, Economia Circular e Adaptação e Transição Justa.
A cada semana, dois blocos serão veiculados, sempre às terças e quintas. Cadastre-se aqui para conhecer os detalhes da programação
Ainda em junho, a Exame publica o Melhores do ESG, principal guia de sustentabilidade do Brasil, realizado há mais de duas décadas. A premiação das empresas que mais contribuíram para o desenvolvimento sustentável do país está marcada para o dia 17 de junho, celebrando organizações que se destacam não apenas pelo lucro, mas também pelo compromisso com o desenvolvimento social e a preservação ambiental.