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Jornalista
Publicado em 5 de julho de 2024 às 12h53.
Última atualização em 5 de julho de 2024 às 14h22.
Apenas reportar dados ESG não é mais suficiente. Para as empresas, há o desafio de calcular e divulgar seu impacto. Para o mercado de capitais, mensurar os resultados de iniciativas atreladas ao tema da sustentabilidade é cada vez mais valorizado.
No painel, mediado por Rodrigo Caetano, editor de ESG da EXAME, Cintia Marin, diretora de Sustentabilidade da Afya, Patrícia Genelhu, head da Área de Investimentos Sustentáveis e de Impacto no BTG Pactual, e Frederic de Mariz, diretor de Sustentabilidade do UBS BB para América Latina, se aprofundam no tema, analisam o que já está disponível e apontam para algumas soluções.
O encontro integra a agenda do Summit ESG 2024, promovido pela EXAME, a maior publicação de negócios do Brasil, e faz parte de uma série de eventos do “Mês do ESG 2024”.
Hoje, há uma série de critérios que permitem medir o impacto positivo de ações sustentáveis nas corporações. Na Afya, por exemplo, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, estão no centro da estratégia da companhia, em particular os que tratam de educação e saúde (números 3 e 4), já que a companhia forma profissionais com foco em qualidade, levando saúde e bem-estar à sociedade. Foram realizados 2 milhões de atendimentos gratuitos desde o IPO, em 2019, até 2023, nas regiões onde atua — quase 600 mil atendimentos apenas em 2023, aponta Cintia Marin.
Voltada para as soluções de educação continuada para profissionais da área de medicina, a Afya conta hoje com cerca de 300 mil médicos que usam uma de suas soluções digitais. Com presença das escolas de medicina em 30 cidades e 14 estados, a rede tem uma concentração de 69% das operações nas regiões Norte e Nordeste.
Mas o que é o investimento de impacto? Patrícia Genelhu, head da Área de Investimentos Sustentáveis e de Impacto no BTG Pactual, salienta que se trata de uma estratégia, não de uma classe de ativos, como alguns imaginam. "É uma forma de se conduzir esses investimentos, e não um nicho específico." Com isso, é possível ter investimentos de impacto em diferentes classes de ativos.
"O que diferencia esses investimentos de impacto é que eles olham para investimentos que, assim como outros, têm o objetivo de alcançar retorno financeiro, mas também trazer uma contribuição por meio daquela alocação de capital como investidor ou do seu empreendedorismo por meio do seu negócio", explica a head do BTG Pactual.
Neste contexto, é importante não apenas a mensuração dos impactos, mas a sua transparência, por meio de práticas de report, ou seja, que se dê publicidade ao que é aferido. No entanto, lembra a executiva, o mercado ainda enfrenta muitas dificuldades em utilizar padrões e se depara com aspectos subjetivos.
Do ponto de vista das instituições financeiras, Mariz, diretor do UBS BB para América Latina, diz que o Brasil, graças à liderança do Banco Central no trabalho de taxonomia, ocupa uma posição de destaque. Da mesma forma, completa, o que se vê é um bom posicionamento dos empresários brasileiros no tema da geração de impactos positivos, tanto pela relevância que se dá à temática social no país quanto pelo fato de muitas companhias locais grandes serem exportadoras, ou seja, atuam num contexto internacional.
O executivo do UBS BB costuma levar para a conversa com as empresas a necessidade de se ter processos internos que apontem com clareza para os dados atrelados à sustentabilidade. "Nos EUA, por exemplo, segundo pesquisa, 83% dos investidores integram esses dados à tomada de decisão para comprar ou não uma ação, basicamente. Vemos que, em todos os mercados, o investidor, o fundo de pensão, o institucional, estão consumindo estes dados. Agora, a padronização desses dados está colocando todo mundo para correr", explica Mariz.
O Summit ESG da EXAME é considerado o maior evento ESG da imprensa nacional e reúne debates que refletem a cobertura constante da EXAME sobre os principais temas sociais e ambientais de interesse global.
Neste ano, foram realizados 22 painéis, organizados em oito blocos temáticos. Os temas abordados serão: Cadeias de Produção Sustentáveis, Inclusão e Empoderamento Econômico, Transição para uma Economia de Baixo Carbono, Financiando a Transição, Bioeconomia e Agro Sustentável, Soluções para a Transição Energética, Economia Circular e Adaptação e Transição Justa.
A cada semana, dois blocos foram veiculados. Além disso, em junho, a EXAME publica o Melhores do ESG, principal guia de sustentabilidade do Brasil, realizado há mais de duas décadas. A premiação das empresas que mais contribuíram para o desenvolvimento sustentável do país aconteceu no dia 17 de junho, celebrando organizações que se destacam não apenas pelo lucro, mas também pelo compromisso com o desenvolvimento social e a preservação ambiental.