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Sonia Guajajara recebe prêmio da ONU pela defesa do meio ambiente e povos indígenas

Prêmio Campeões da Terra 2024 focou em pessoas e organizações com ações pelo combate à seca e desertificação

Guajajara afirmou que a sociedade tem muito a aprender com o bem viver indígena (Leandro Fonseca/Exame)

Guajajara afirmou que a sociedade tem muito a aprender com o bem viver indígena (Leandro Fonseca/Exame)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 11 de dezembro de 2024 às 11h32.

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A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, recebeu o Prêmio Campeões da Terra 2024, honraria do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Trata-se de uma premiação aos indivíduos e organizações que têm impacto positivo sobre o meio ambiente.

Neste ano, a edição focou em pessoas e organizações com ações pelo combate à seca e desertificação e avanços pela resiliência climática.

Ao receber o prêmio, Guajajara destacou o trabalho necessário para enfrentar os desafios do clima, meio ambiente, política e ética atualmente, como as diferenças de acesso a direitos e a participação política. “Acontece que os riscos e prejuízos dessas crises serão sentidos por todos nós, embora recaiam de forma desigual em algumas camadas sociais”, afirmou.

Para a ministra, o reconhecimento dado pela Organização das Nações Unidas reforça a responsabilidade da pasta com a defesa da biodiversidade e dos direitos das populações indígenas e tradicionais.

Guajajara ainda afirmou que a sociedade tem muito a aprender com o bem viver indígena. “Nossos modos de vida são baseados no respeito à Mãe Terra e a todos os seres que partilham esse tempo e espaço conosco, na prevalência dos interesses coletivos em relação aos interesses individuais”, explica.

Desde 2023 no cargo, Sonia Guajajara se tornou conhecida pelo seu trabalho na defesa das populações indígenas do Nordeste. Atuou na Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão e na Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, além de ter sido coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.

Em 2022, foi eleita como uma das 100 pessoas mais influentes pela revista TIME. Guajajara é a primeira ministra indígena do Brasil, liderando a pasta que busca incentivar a articulação de políticas públicas específicas para os mais de 300 povos indígenas atualmente no país.

Demais vencedores

Além de Guajajara, que venceu na categoria “liderança política”, outras cinco pessoas e instituições foram premiadas pelo Campeões da Terra:

Amy Bowers Cordalis

A ativista e advogada integra a aldeia Yurok, povo indígena da Califórnia. A partir do seu trabalho, busca a melhoria da qualidade de vida da população tradicional e do rio Klamath, que ocupa parte do Oregon e a Califórnia e é fonte de pesca sustentável para povos nativos. Ela recebeu o prêmio na categoria “inspiração e ação”.

Gabriel Paun

Gabriel Paun, que também recebeu o prêmio “inspiração e ação” é um ativista ambiental romeno de 47 anos que tem dedicado sua vida à proteção das florestas da Romênia. Como fundador da ONG Agent Green em 2009, ele tem combatido a extração ilegal de madeira nos Cárpatos, uma das últimas regiões de florestas primárias da Europa.

Lu Qi

O cientista chinês é especializado em combate à desertificação, líder na Academia Chinesa de Silvicultura e figura central no Projeto Três-Nortes, também conhecido como "Grande Muralha Verde". Vencedor da categoria “ciência e inovação”, Lu dirige pesquisas para cultivar mudas resistentes à seca e transformar áreas desérticas em terras verdes. Sob sua supervisão, já foram convertidos mais de 80 mil hectares de deserto em terras férteis.

Madhav Gadgil

O ecologista de 80 anos vence a categoria “realizações” como homenagem a sua carreira científica de seis décadas dedicada à proteção ambiental e aos direitos das comunidades locais. É responsável por estabelecer a primeira reserva de biosfera do país em 1986 e foi um dos arquitetos da Lei de Diversidade Biológica da Índia.

SEKEM

A organização fundada por Ibrahim Abouleish ajuda a transformar terras áridas em ecossistemas produtivos no deserto egípcio. A solução encontrada foi a agricultura biodinâmica, cultivo da terra que não utiliza produtos químicos e que combate a degradação do solo. Ao longo de seus 47 anos, a SEKEM ajudou a combater a pobreza na área rural e a expansão dos desertos, além de atuar pela construção de um sistema alimentar resiliente no Egito.

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