ESG

Carrefour e Assaí: resultados vão mostrar força do varejo alimentar físico

Em meio a listagem na bolsa e aquisição de concorrentes, as duas varejistas devem mostrar se estratégias adotadas em 2021 tem funcionado

Ações do Assaí começaram hoje a ser negociadas na Bolsa após cisão do grupo Pão de Açúcar (Paulo Whitaker/Reuters)

Ações do Assaí começaram hoje a ser negociadas na Bolsa após cisão do grupo Pão de Açúcar (Paulo Whitaker/Reuters)

As redes varejistas Assaí (ASAI3) e Carrefour (CRFB3) divulgam hoje, 27, os resultados financeiros do segundo trimestre do ano. Em comum, as duas redes tiveram meses agitados no início do ano, com anúncios de cisão e, no caso do Carrefour, a aquisição da concorrente BIG, antigo Walmart Brasil.

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Os primeiros três meses do ano foram positivos para o Assaí Atacadista. A companhia informou receita líquida de 9,45 bilhões de reais de janeiro a março e um lucro líquido de 240 milhões de reais em seu primeiro balanço oficial, o que representa mais do que o dobro frente ao mesmo período do ano passado, quando teve 113 milhões de reais. O lucro antes de juros e  impostos (Ebitda) no primeiro trimestre cresceu 44%, para 640 milhões de reais.

Parte dos bons resultados se deve à mais nova independência dos papéis da empresa. No início de março, a empresa concluiu sua pré-listagem na B3 em uma estreia que chegou a quadruplicar o preço de suas ações. A listagem aconteceu pouco menos de um mês após o Assaí deixar de vez o Grupo Pão de Açúcar (GPA), passando a ser negociada de forma individual.

Antes mesmo da cisão, a rede de atacarejo já era uma das divisões de maior receita do grupo. Nos nove primeiros meses do ano passado, a marca foi responsável por quase 55% do faturamento do grupo, com receitas superiores a 25 bilhões de reais e crescimento de 28%.

Hoje, a empresa é a segunda maior atacadista do setor, em faturamento e em número de lojas, perdendo apenas para o Carrefour. São cerca de 186 lojas e outras 123 devem ser inauguradas nos próximos cinco anos.

Para a divulgação do Assaí, resta saber se os 7 bilhões de reais anunciados como parte do investimento para a abertura massiva de lojas nos próximos anos continuará agradando aos acionistas, mesmo em meio ao contexto cada vez mais digital do varejo.

A estratégia de digitalização é, inclusive, uma das principais apostas do Carrefour, que também divulga seus resultados nesta terça-feira. Para além da aposta em novos canais digitais — grande ganho do Carrefour durante a pandemia —  e especialmente em soluções financeiras, a empresa também olha para a expansão física como a grande estratégia para o futuro. Para isso, comprou a rede BIG (antigo Walmart Brasil), por 7,5 bilhões de reais.

Com o BIG e suas 387 lojas, o Carrefour se tornou o maior grupo de varejo alimentar do Brasil.

O Brasil, que detém a segunda maior operação do Carrefour no mundo, agora concentra parte das estratégias com foco no cliente e na digitalização do atendimento. Recentemente, o grupo anunciou que a presidência do Carrefour no Brasil passará a ser de Stéphane Maquaire, atual CEO da empresa na Argentina, onde liderou o plano de transformação e estratégia digital da empresa.

No último trimestre, o faturamento do Carrefour foi de 18 bilhões de reais, e o lucro líquido foi de 923 milhões de reais. Já o Ebitda foi de 1,1 bilhão de reais.

ESG: agenda indispensável

Ao que parece, as duas redes compartilham do engajamento contra as mudanças climáticas e outros temas que pautam a agenda ESG (sigla para ambiental, social e governança). O Assaí, em um esforço ligado ao E do ESG, decidiu atrelar os bônus concedidos aos executivos e alta liderança a metas ligadas à redução de carbono das operações até 2025.

Na mesma toada, o Grupo Carrefour anunciou recentemente novas metas relacionadas às emissões de poluente: redução de 30% nas emissões globais até 2030 e, até 2040, a redução deve ser de 55%.

A agenda ESG do Carrefour também inclui compromissos ligados à diversidade e ações sociais. Em abril, a empresa firmou novos compromissos de combate ao racismo estrutural como tentativa de desvincular sua imagem à de uma empresa racista e não-diversa. Esses compromissos incluem o endurecimento de regras para a parceria com fornecedores e funcionários que, quando descumpridas, podem resultar em uma rescisão imediata do contrato de trabalho e o pagamento de multa correspondente a 30% do valor equivalente a 12 meses do contrato.

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