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Resíduo agrícola se torna fonte de biomassa para geração de biodiesel

Iniciativa da Binatural implementou o uso da casca da castanha de baru, fruto do Cerrado brasileiro, como insumo para caldeiras industriais

A ideia surgiu durante uma visita a uma das cooperativas apoiadas pela empresa, quando foi identificado que os produtores enfrentavam desafios significativos com o descarte da casca

A ideia surgiu durante uma visita a uma das cooperativas apoiadas pela empresa, quando foi identificado que os produtores enfrentavam desafios significativos com o descarte da casca

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 16 de abril de 2025 às 17h49.

Última atualização em 16 de abril de 2025 às 18h03.

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A Binatural, empresa brasileira produtora de biodiesel, implementou uma solução que transforma um resíduo agrícola em fonte de energia renovável. A iniciativa utiliza a casca da castanha de baru — fruto nativo do Cerrado brasileiro — como insumo para alimentar caldeiras industriais, substituindo a lenha convencional no processo produtivo.

O uso da casca de baru representa uma inovação no setor, pois nenhuma outra usina de biodiesel havia aplicado este resíduo específico em escala industrial até então. A biomassa apresenta poder calorífico de aproximadamente 4.700 kg/cal, superior ao da lenha de eucalipto comumente utilizada, o que a torna eficiente para geração de calor em caldeiras industriais.

"O baru é o fruto do Baruzeiro, árvore nativa do Cerrado ameaçada pela extração predatória de madeira. Encontramos um valor financeiro e ambiental em um resíduo que, até então, representava um passivo para os agricultores locais", explica André Lavor, CEO e cofundador da Binatural.

"Agora, estamos contribuindo para o desenvolvimento da biodiversidade e a valorização dos produtos brasileiros. A cultura do baru não só mantém vivas tradições regionais, mas também promove uma relação sustentável com o Cerrado, contribuindo para a recuperação de áreas degradadas", acrescenta.

Economia circular

A ideia surgiu durante uma visita a uma das cooperativas apoiadas pela empresa, quando foi identificado que os produtores enfrentavam desafios significativos com o descarte da casca, um passivo ambiental que gera custos. A partir desse contato e de uma análise mais aprofundada das possibilidades, a empresa transformou o problema em solução, aproveitando um resíduo antes desperdiçado.

A iniciativa cria um ciclo onde os agricultores familiares, principalmente localizados em regiões tradicionais do Cerrado que dependem da agricultura de subsistência, recebem remuneração por um material que antes era descartado em aterros. Além do aproveitamento do resíduo, a empresa oferece suporte financeiro à operação de assistência técnica das cooperativas, como a Copabase, que atua no território do Urucuia Grande Sertão, no Noroeste de Minas Gerais.

Embora estudos acadêmicos já tenham apontado o potencial da casca do baru para a produção de carvão vegetal sustentável, não havia registro de sua aplicação em nível industrial, especialmente como substituto da lenha para geração de calor em caldeiras. A Binatural, ao transformar essa pesquisa em prática, demonstra que o uso desse resíduo é viável na escala necessária para a produção de biodiesel.

Geração de biodiesel

O baruzeiro, árvore nativa do Cerrado, enfrenta ameaças constantes pela extração predatória de madeira. A valorização comercial de seus frutos pode contribuir para sua preservação, uma vez que cria incentivos econômicos para manutenção das árvores em pé. Com o suporte de programas como o Selo Biocombustível Social, as famílias produtoras estão encontrando novas oportunidades de agregar valor ao seu produto.

O baru já é culturalmente valorizado na região. O fruto é utilizado em pratos tradicionais como licor, paçoca e o creme de cacau com baru, conhecido localmente como "barutella". Com esta nova aplicação industrial, o fruto ganha mais um mercado, fortalecendo a economia local.

"A cultura do baru impulsiona projetos de colheita sustentável, reflorestamento e conservação de áreas degradadas", afirma Lavor.

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