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As peças com o Selo Re - Moda Responsável destacam as características de menor impacto e pegada de carbono (Renner/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 9 de outubro de 2024 às 15h46.
Última atualização em 10 de outubro de 2024 às 14h15.
A varejista Renner aposta em uma jornada colaborativa e investe fortemente em sua rede para construir soluções inovadoras que sejam capazes de transformar toda a indústria da moda -- a segunda mais poluente do mundo e uma grande emissora de gases de efeito estufa.
Atualmente, 8 em cada 10 peças de roupa da marca já são mais sustentáveis, feitas com matérias-primas e processos de menor impacto socioambiental. As ações positivas começam internamente e são estendidas para a sua cadeia de fornecedores estratégicos, que representa 80% de toda produção e é uma aliada rumo à descarbonização.
Pensando nisso, a empresa lançou um guia pioneiro de moda circular voltado a seus fornecedores e disponível online para todo o setor têxtil. O material apresenta como é possível aplicar conceitos da circularidade e estimula práticas mais responsáveis em todos os processos produtivos: desde o desenvolvimento de coleções a partir da redução do consumo de água e escolha por insumos duráveis e recicláveis, até a diminuição na geração de resíduos e o destino das peças no pós-consumo. Além disso, orienta sobre as melhores fibras e processos de design que permitem repensar a forma de criar produtos de moda com uma menor pegada de carbono.
“A aplicação da economia circular ao universo da moda vem avançando rapidamente e será fundamental para o futuro. Entendemos que a Renner pode e deve desempenhar o papel de facilitadora nessa jornada, estimulando a mudança não só no nosso negócio, mas no nosso setor e na própria sociedade”, destacou o gerente Geral de Sustentabilidade, Eduardo Ferlauto.
Em conversa com a EXAME, Eduardo destacou a aposta em programas de integração da cadeia, que segundo ele, já é a mais integrada do ocidente. "Isso nos dá um potencial gigante de inovação e esta atuação conjunta dos nossos sistemas internos de desenvolvimento com fornecedores deve proporcionar uma alavancagem muito grande, com assertividade e velocidade", disse.
Entre as ações sustentáveis da companhia, está o uso de algodão certificado -- que gera menor impacto para o solo e a água e promove a biodiversidade. O algodão agroecólogico também está presente em algumas coleções, como parte de um projeto do Instituto Lojas Renner de apoio a mais de 300 famílias em comunidades rurais de Minas Gerais, Paraíba e Ceará.
Outro exemplo é a viscose certificada, produzida a partir da celulose e proveniente de florestas livres de desmatamento. Além disso, investe em reciclagem e oferece pontos de coleta em suas lojas para o descarte de peças e outros produtos, assim como um brechó online para compras. Até o momento, 53% dos jeans já consomem menos água e 40% dos fornecedores utilizam energia renovável.
Em 2021, a Renner concluiu seu primeiro ciclo de compromissos públicos de sustentabilidade: atingiu o marco de 80% de peças de vestuário com menor impacto e 100% do consumo de energia das operações internas vindas de fontes renováveis -- o que reduziu em 35% as emissões de CO2. Em 2022, entrou em um segundo ciclo de metas até 2030, entre elas está bater o 10/10 de peças produzidas de forma mais sustentável.
Também em entrevista à EXAME, Eduardo Ferlauto, disse que para chegar nestes 100%, ainda existem perguntas a serem respondidas. "Acreditamos que isso será possível, mas há a necessidade de contar com inovação e matérias-primas em escala. Há muito a ser expandido neste sentido, então estamos trabalhando fortemente com soluções junto aos nossos fornecedores".
Renata Altenfelder, diretora de Marketing do Ecossistema da Lojas Renner, complementou que a jornada é uma evolução constante. "Precisamos pensar no 360º dessa tecnologia, em como ela vai impactar toda a cadeia. Quando chegarmos no 10/10, não vamos parar".
Para além da tecnologia, há também a premissa de fazer escolhas melhores e transformar o mindset do time interno e da rede de fornecimento, destacou a diretora de Estilo da Renner, Juliana Frasca:"Às vezes, são pequenos ajustes dentro do próprio processo que já vão entregar um resultado mais sustentável. Temos bastante cocriação e mão na massa. Não há milagre".
O objetivo é fazer uma transição para a economia de baixo carbono e atingir a neutralidade climática (net zero) em 2050.
Por três anos seguidos, a varejista foi reconhecida como líder em sustentabilidade no varejo de moda pelo Dow Jones Sustainability Index e em 2024, foi reconhecida como a marca brasileira melhor colocada na lista da Revista Time como uma das 500 empresas mais sustentáveis do mundo.
Embora a estratégia de moda responsável da Renner tenha sido lançada ainda em 2017, a marca passou a comunicar mais suas ações somente de 2022 para cá e hoje todas as peças com o Selo Re - Moda Responsável destacam as características de menor impacto.
Uma de suas pesquisas recentes elaborada internamente aponta que mais de 70% das pessoas consideram a sustentabilidade na hora da escolha de uma marca e 66% disseram estar preocupadas com o meio ambiente -- o que demonstra um aumento no consumo consciente. De olho na tendência, também busca aproximar cada vez mais o assunto da vida dos consumidores, provocando mudanças positivas na sociedade.