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Para Edu Lyra, fundador da Gerando Falcões, a ação evidencia a importância de unir empresas privadas no desenvolvimento socioeconômico das favelas (Gerando Falcões/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 11h50.
Última atualização em 20 de janeiro de 2025 às 11h55.
Desde 2023, a ONG Gerando Falcões atua para garantir a independência financeira de mulheres a partir da economia circular. O projeto ASMARA recebe doações de roupas e acessórios para que sejam revendidos por mulheres em vulnerabilidade econômica nas mais de 350 comunidades e favelas da Grande São Paulo.
Além de evitar que materiais em bom estado sejam descartados, a iniciativa gera uma renda extra para mulheres fora da economia a partir da comercialização dos itens por preços mais baixos do que no mercado tradicional. Como a revenda é feita dentro das próprias comunidades, o dinheiro circula dentro da região.
Agora, a partir de uma parceria com a companhia de serviços de pagamento Cielo, as “maras” — como são chamadas as mulheres participantes — passam a ter acesso a uma maior variedade de meios de pagamento, utilizando as maquininhas para cartão que também aceitam pagamento por Pix e links de pagamento.
A partir do aplicativo ASMARA, focado na gestão das vendas, as empreendedoras podem aceitar diferentes tipos de pagamentos digitais e organizar os lucros em tempo real. As maras também podem escanear códigos de barras, visualizar extrato dos últimos pedidos e tirar suas principais dúvidas sobre os pagamentos digitais.
A ação conjunta teve início em março de 2024 e já gerou um aumento de 60% nas vendas do ASMARA, atingindo mais de 200 transações realizadas por dia com um preço médio de R$ 22. Jussara Carriel, uma das vendedoras participantes do programa, conta que a ação trouxe mais conveniência e segurança para sua vida. “Com a maquininha e o link de pagamento, ficou muito mais fácil vender. Eu não preciso carregar dinheiro e consigo atender clientes que preferem Pix ou cartão”, afirma.
Para Edu Lyra, fundador da Gerando Falcões, a ação evidencia a importância de unir empresas privadas no desenvolvimento socioeconômico das favelas. “Nós como ONG, temos todo o conhecimento do território, entendemos a fundo as reais necessidades de cada local e cada família”, disse. “Sabemos o que fazer e como fazer, mas o apoio das empresas é fundamental para ampliar o alcance dos nossos projetos e automatizar nossas soluções”.
Segundo Lyra, a parceria ainda pode ajudar a Gerando Falcões a impactar cada vez mais mulheres no Brasil a partir do programa de inclusão econômica. “As empresas fazem toda a diferença para derrubar os muros da pobreza e construir pontes que permitam futuros melhores e promissores para os moradores das favelas”, conta.
O CEO da Cielo, Estanislau Bassols, contou que a união das organizações mostra a importância da democratização dos meios de pagamento e o papel das finanças na inclusão social. “Ao oferecer a mesma estrutura tecnológica e de segurança de grandes varejistas para as comunidades, conseguimos potencializar as vendas dessas mulheres e apoiar a transformação econômica de centenas de famílias”, explica.
Desde seu início, mais de 4.400 mulheres foram impactadas pelo ASMARA, recebendo uma renda que varia entre R$ 500 e R$ 3.000 por mês. Neste ano, o programa quer impactar positivamente mais de 20 mil mulheres em 150 territórios neste ano.