ESG

Quer saber quanto carbono você emite? Essas ferramentas online te falam

Empresas lançam plataformas para pessoas calcularem suas pegadas de carbono e conscientizar sobre a necessidade de mudança de hábitos, especialmente entre os ricos

Segundo pesquisa feita na Inglaterra pela Oxfam, organização que atua no combate às desigualdades, os ricos emitem 11 vezes mais carbono do que os pobres (studyoritim/Getty Images)

Segundo pesquisa feita na Inglaterra pela Oxfam, organização que atua no combate às desigualdades, os ricos emitem 11 vezes mais carbono do que os pobres (studyoritim/Getty Images)

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Rodrigo Caetano

Publicado em 6 de agosto de 2021 às 08h36.

Última atualização em 12 de agosto de 2021 às 15h17.

A humanidade precisa reduzir as emissões de carbono pela metade até o final da década, se quiser atingir a meta do Acordo de Paris de conter o aumento da temperatura global em 1,5o C. Mas, o que isso significa na prática?

Em grande parte, a redução das emissões está relacionada a mudanças econômicas, em especial no campo da energia. Trilhões de dólares terão de ser investidos em energia limpa, como eólica e solar, para substituir os combustíveis fósseis. Nesse campo, também entram os carros elétricos.

Na agricultura e na pecuária, responsáveis pela maior parte das emissões brasileiras, novas formas de cultivo, que integram a produção com as florestas, devem garantir a diminuição necessária para o país entrar em conformidade com sua promessa de ser neutro em carbono até 2050 – contanto que o desmatamento também zere.

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As grandes empresas realizam os chamados inventários de carbono, que são divididos em três escopos: as emissões diretas da operação, as indiretas e as emissões da cadeia de suprimentos. Esse processo é feito de acordo com o protocolo GHG, que estabelece as bases para as ferramentas de cálculo das emissões de gases de efeito estufa – no Brasil, o protocolo foi desenvolvido pela FGV, com base no padrão global.

Ou seja, no campo dos países e das grandes corporações, a maneira como se calcula a chamada pegada de carbono está bem definida. Restam as pessoas.

Ricos emitem 11 vezes mais carbono que os pobres

A pegada de carbono depende de onde a pessoa nasceu e de sua condição social. Segundo pesquisa feita na Inglaterra pela Oxfam, organização que atua no combate às desigualdades, os ricos emitem 11 vezes mais carbono do que os pobres. Britânicos com renda de até 92 mil libras por ano, que correspondem a metade da população, foram responsáveis por 7% das emissões, no período entre 1990 e 2015. Esse grupo reduziu suas emissões em 12%, no intervalo analisado.

Já os 10% mais ricos responderam por 27% do carbono jogado na atmosfera, sendo que o grupo do 1% mais rico foi o único a aumentar suas emissões no período. Quase metade das emissões no topo da pirâmide é proveniente de jatinhos executivos e SUVs.

"Em todo planeta, vemos a mesma fotografia: as mudanças climáticas estão forçando as pessoas a deixar suas casas, enquanto uma elite produz muito mais carbono do que o resto da população", afirma Danny Sriskandarajah, diretor da entidade na Inglaterra.

Conheça sua pegada de carbono

Para quem está com um pouco de peso na consciência, ou apenas tem curiosidade para saber seu nível de poluição, o banco BTG Pactual (que faz parte do mesmo grupo que edita a EXAME) lançou uma ferramenta online que permite a qualquer pessoa calcular sua pegada de carbono. A calculadora leva em consideração as emissões diretas, como consumo de energia, e indiretas, como as provenientes dos transportes.

Acesse aqui a calculadora.

Outra opção é o Sustentbot, um robô criado pela Fundação Espaço Eco (FEE), mantida pela empresa química Basf, capaz de calcular o quanto as pessoas emitem de carbono a partir de atividades cotidianas, como acender a luz, comer e viajar.

A plataforma pede que o interessado em saber sua pegada de carbono responda a algumas perguntas. Ao final do questionário, ela apresenta a somatória das emissões de CO₂ referente ao período de 1 ano e o número de árvores que teriam de ser plantadas para compensá-las. O cálculo é feito com base em um extenso banco de dados e pesquisas científicas.

O serviço é gratuito e pode ser acessado pelo site da fundação.

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