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Fundo BlackRock: gestoras dizem que os portfólios ESG mostraram desempenho superior durante a onda vendedora da Covid-19 (Bloomberg/Bloomberg)
Leo Branco
Publicado em 19 de outubro de 2020 às 16h00.
O investimento com critérios ambientais, sociais e de governança (chamado de ESG, na sigla em inglês) é a mudança mais significativa em gestão de recursos desde a criação dos fundos de índice há duas décadas, segundo relatório da PwC, e irá remodelar as finanças da mesma forma que os fundos passivos.
De acordo com o novo estudo, até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão em fundos que consideram os chamados critérios ESG, na sigla em inglês, o equivalente a 7,6 trilhões de euros (US$ 8,9 trilhões), em relação a 15,1% no fim do ano passado. Além disso, 77% dos investidores institucionais pesquisados pela PwC disseram que planejam parar de comprar produtos não ESG nos próximos dois anos.
Com a injustiça racial e econômica, bem como a mudança climática como questões sociais importantes nos últimos anos, empresas financeiras foram obrigadas a prestar mais atenção às próprias contribuições para tornar o mundo mais justo e mais verde.
Isso se manifestou principalmente na explosão de fundos ESG com gestores de ativos de todos os tipos, com fundos de pensão, firmas de private equity e fundos de hedge que passaram a contratar equipes de sustentabilidade, lançar produtos no segmento e divulgar suas credenciais verdes.
“ESG é nada menos do que uma mudança abrangente no cenário de investimentos; coloca os critérios de desempenho financeiro e não financeiro em condições de igualdade”, disse a PwC no relatório publicado na segunda-feira.
Os fundos ESG têm proliferado na Europa porque reguladores e formuladores de políticas tornaram as questões verdes prioridade e criam regras para garantir que as empresas financeiras incorporem a sustentabilidade em suas operações e erradiquem o chamado greenwashing.
Ao mesmo tempo, a crescente conscientização da sociedade sobre os riscos relacionados a ESG - que foi acelerada pela Covid-19 - e o surgimento de uma geração de investidores que priorizam impactos não financeiros ao lado de fatores financeiros puxaram o crescimento, de acordo com a PwC.
O desempenho dos fundos ESG em relação aos seus pares tradicionais nos últimos meses também chamou a atenção de investidores, disse a PwC. Gestoras de fundos como BlackRock, Allianz Global Investors e Invesco disseram que os portfólios ESG mostraram desempenho superior durante a onda vendedora da Covid-19.
A PwC prevê que os fundos de ações ESG terão uma taxa de crescimento anual composta de 26,8%, e os ativos devem quadruplicar, para mais de 3,6 trilhões de euros até 2025. Os fundos de renda fixa crescerão a uma taxa de 30,4% e os ativos passarão de 1,6 trilhão de euros em cinco anos.
A PwC disse que a Europa domina o cenário ESG global: 4.741 fundos mútuos ESG da região possuem quase 70% dos ativos ESG globais. E embora a PWC espere que o impacto do fervor verde da Europa se estenda além de suas fronteiras, à medida que novos requisitos são impostos a empresas e investidores de fora da UE, gestores de ativos dos EUA enfrentam possíveis limites em investimentos verdes.