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Distribuição de comida: em 2030, fome pode afetar 582 milhões de pessoas (Andrew Lichtenstein/Corbis/Getty Images)
Editor ESG
Publicado em 24 de julho de 2024 às 09h00.
Última atualização em 24 de julho de 2024 às 14h07.
Em 2023, aproximadamente 28,9% da população global enfrentava moderada ou severa insegurança alimentar. A prevalência global de subnutrição afetou entre 713 e 757 milhões de indivíduos em todo o mundo. Conflitos, instabilidade climática, crises econômicas, restrições no acesso a alimentos nutritivos e desigualdades persistentes são os principais fatores que contribuem para a insegurança alimentar e a desnutrição.
Os dados são da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e foram divulgados nesta quarta-feira, 24. A África apresenta a maior proporção de sua população vivenciando fome, com 20,4%, seguida pela Ásia, América Latina e Caribe e Oceania. Estima-se que, em 2030, cerca de 582 milhões de pessoas estarão cronicamente subnutridas, sendo a maioria delas (53%) na África. A falta de avanços na segurança alimentar e a disparidade no acesso a dietas saudáveis ressaltam a urgência em transformar os sistemas agroalimentares para alcançar a meta de Fome Zero até 2030.
O mundo se encontra atualmente aquém das metas 2.1 e 2.2 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que visam erradicar a fome, a insegurança alimentar e todas as formas de desnutrição. Pouco progresso foi observado na redução do baixo peso ao nascer e da desnutrição aguda em crianças, enquanto a taxa de amamentação exclusiva, embora em ascensão, ainda está distante da meta estabelecida para 2030. Adicionalmente, a anemia em mulheres e a obesidade em adultos continuam a crescer, evidenciando a dupla carga da subnutrição e sobrepeso/obesidade.
Estudos sugerem que entre 176 bilhões e 3,97 trilhões de dólares seriam necessários até 2030 para eliminar a subnutrição, juntamente com 90 bilhões de dólares adicionais para atingir metas específicas de desnutrição em escala global. Considerando a implementação de políticas transformadoras para aumentar a acessibilidade a dietas saudáveis, os custos podem chegar a 15,4 trilhões de dólares. Apesar do elevado investimento, a alternativa de inação acarretaria custos ainda mais significativos.
Os sistemas alimentares e de uso da terra demandaram 12 trilhões de dólares em 2018, com projeções indicando que os custos relacionados à saúde e dietas excederão 1,3 trilhão de dólares anualmente até o final da década. A alocação eficiente, equitativa e sustentável dos recursos representa um desafio para os governos. Uma reorientação do apoio à agricultura a nível global, que obteve uma média de 630 bilhões de dólares ao ano entre 2013 e 2018, pode contribuir para tornar as dietas saudáveis mais acessíveis.