Joe Biden e Xi Jinping: apesar das tensões nas relações bilaterais, unidos na defesa do clima (Lintao Zhang/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de abril de 2021 às 11h27.
Última atualização em 21 de abril de 2021 às 13h48.
Apesar das fortes tensões bilaterais, chineses e americanos parecem decididos a colaborar sobre o clima, e Pequim confirmou nesta quarta-feira, 21, a participação do presidente Xi Jinping na cúpula virtual organizada nesta semana por Joe Biden.
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O chefe do Estado chinês "fará um importante discurso online de Pequim" na cúpula virtual de quinta e sexta-feira, disse nesta quarta o ministério chinês de Relações Exteriores, esclarecendo a incerteza sobre sua participação.
Biden convidou cerca de 40 líderes mundiais, entre eles Xi Jinping e seu colega russo Vladimir Putin, para uma cúpula internacional sobre o clima com dois dias de duração e que será realizada por videoconferência.
China e Estados Unidos são os dois principais emissores de gases de efeito estufa, que causam o aquecimento global. Sendo assim, seu entendimento é crucial para o sucesso dos esforços internacionais destinados a reduzir essas emissões.
As duas potências continuam se opondo em muitos assuntos. Washington critica, por exemplo, a política de Pequim em Hong Kong, Taiwan, o tratamento aos muçulmanos uigures de Xinjiang (noroeste da China) e o comércio.
No entanto, os dois países se comprometeram neste sábado a "cooperar" sobre a mudança climática, após uma visita a Xangai do enviado americano para o clima, John Kerry, que se reuniu com seu homólogo chinês Xie Zhenhua.
As relações entre Pequim e Washington se deterioraram fortemente durante o mandato do ex-presidente Donald Trump, que retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima.
Desde sua chegada à Casa Branca em janeiro, Biden optou pelo retorno dos Estados Unidos ao pacto.
Objetivo: neutralidade do carbono
Grande consumidor de carvão, a China é em termos absolutos o primeiro emissor mundial de gás de efeito estufa, mas também é o país que mais investe em energias renováveis.
"Não podemos resolver esta crise climática sem que a China esteja na mesa de negociações", declarou na semana passada Kerry, durante sua visita a Xangai.
Pequim prometeu começar a reduzir suas emissões de CO2 "antes de 2030" e em 2060 alcançar a "neutralidade carbono", ou seja, absorver tanto quanto emite.
"A China fará o que diz, e o que fará vai alcançar seus objetivos", se comprometeu na semana passada o presidente chinês Xi Jinping, reiterando essas promessas.
A diplomacia chinesa zombou na semana passada do retorno de Washington ao acordo sobre o clima, ao afirmar que não se trata de "um retorno glorioso" e sim de "um mau aluno que volta às aulas depois de ser reprovado em um curso".
Na ausência dos Estados Unidos durante a Presidência de Donald Trump, a China assumiu um papel importante junto com a União Europeia (UE) no combate à mudança climática.
Além da cúpula sobre o clima organizada por iniciativa de Joe Biden, outros dois eventos importantes estão previstos neste ano sobre o meio ambiente: a COP15 biodiversidade (em outubro, na China) e a COP26 clima (em novembro, em Glasgow).
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