A Borderless Money vai usar os benefícios das finanças descentralizadas para oferecer investimentos sociais em causas ligadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU (Thithawat_s/Getty Images)
Marina Filippe
Publicado em 9 de setembro de 2022 às 08h00.
Pedro Ivo Bruder, Pedro Lombardo e Leandro Pereira, empreendedores das áreas de tecnologia, inovação em blockchain e web 3.0, se uniram para lançar a plataforma de finanças regenerativas Bordeless Money. Segundo os fundadores, está é “uma alternativa para quem quer criar impacto no mundo, colocando seu capital para circular em vez de apenas acumular”.
Desdenvolvida a partir de abril, a Borderless Money vai usar os benefícios das finanças descentralizadas para oferecer investimentos sociais em causas ligadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, como erradicação da pobreza; fome zero e agricultura sustentável; saúde e bem-estar; educação de qualidade; igualdade de gênero; água potável e saneamento; e mais.
De acordo com Bruder, a ideia é que o investidor aplique seu capital na plataforma e disponibilize parte ou o total dos rendimentos obtidos para proporcionar independência financeira a causas alinhadas com a agenda 2030. "O conceito implica a criação de uma ‘piscina de riqueza’ comunitária que permite o acesso de todos os tipos de investidores, independentemente do valor aplicado. É o conjunto de todos os depósitos que vai gerar o rendimento a ser distribuído entre as iniciativas", diz Bruder.
Segundo ele, a ideia foi democratizar e resolver algumas questões observadas em outras plataformas. "A primeira delas é que, no caso da Borderless Money, o recurso captado não vai diretamente para as iniciativas. Ele vai para um pool no qual será gerado o rendimento. E é esse rendimento que será distribuído a todas as iniciativas ligadas à temática. Isto democratiza e derruba a barreira de entrada de iniciativas pequenas, que têm menos projeção. Ao entrar na plataforma, elas passarão a receber o rendimento da mesma forma que outras causas maiores ou mais conhecidas, que atraem recursos em razão de seu reconhecimento, mas o benefício é para todas", afirma.
Outro ponto é que o capital alocado deve gerar rendimento se a pessoa não retirá-lo da plataforma. "O fato de ser uma plataforma global também permite que iniciativas de todo mundo consigam projeção mundial para arrecadar fundos para suas despesas. Além disso, é uma plataforma descentralizada, não tem dono. Inicialmente, a equipe ainda fará um controle um pouco maior, mas gradualmente a ideia todo controle seja feito pela comunidade que vai participar das votações e da governança do sistema", diz.
A Borderless Money recebeu um aporte total de US$ 600 mil da JPX, um fundo de investimento privado. Agora o objetivo dos empreendedores é levantar US$ 10 milhões em um ano para financiar as iniciativas. "Há muito capital alocado e ocioso em carteiras. Acreditamos muito no potencial desse dinheiro que está parado em ativos diferentes, espalhados por diversas carteiras e que podem ser alocados na plataforma para gerar rendimento. Além disso, conhecemos o tamanho do mercado de doadores", diz Bruder.
Na primeira fase do projeto o capital será alocado em estratégias mais consolidadas e menos agressivas que pagam cerca de 5% ao ano em dólar. Já em uma segunda etapa, 80% do capital será direcionado desta forma, enquanto os outros 20% serão destinados às estratégias de alto desempenho com média de rendimento de 50% ao ano e ranqueadas pelos “detentores do token $BoM por sistema de votação”.
Organizações sociais, causas ou projetos de qualquer parte do mundo, desde que orientados aos ODS, poderão enviar suas propostas para a plataforma e os investidores escolherão para quais delas vão transferir parte ou a totalidade de seus rendimentos.