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Pepsico: iniciativas de uso de plástico reciclado e energia solar nos caminhões (Joel Silva/PepsiCo/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 1 de setembro de 2023 às 11h22.
Caminhões de entrega rodam o dia inteiro, faça chuva ou faça sol. Então, por que não aproveitar essa exposição às intempéries do clima para gerar energia? Com o objetivo de tornar o processo de deslocamento mais sustentável, em 2020, a PepsiCo deu início a um programa de compra de veículos elétricos e se uniu à startup brasileira Sunew, que fabrica filmes fotovoltaicos orgânicos (OPV), modelos mais finos, leves e flexíveis. Os painéis foram instalados em 10 veículos.
Dois anos depois, 250 veículos contam com a tecnologia solar – o que corresponde a quase 9% da frota total de caminhões de grande e médio portes, carros executivos e funcionais. Nesta iniciativa, que começou em janeiro de 2022, a PepsiCo contou com o auxílio da Facchini, empresa responsável pela instalação dos painéis solares nos caminhões da frota.
Em entrevista para a EXAME ESG, Anderson Pinheiro, diretor de transportes da PepsiCo Brasil, explica que os OPV não ultrapassam a marca de cinco kilos cada um. Com eles, a ideia é consumir a menor quantidade de combustível possível, visto que quanto menor o consumo, menor será a quantidade de carbono emitido para a atmosfera. De certa fora, o uso da tecnologia traz inovação para a recarga de bateria e o sistema de iluminação, segundo Pinheiro.
“Essa tecnologia captura energia solar e a converte para dar carga nas baterias, então mantemos os nossos veículos carregados mesmo que desligados e esse carregamento impede panes elétricas. Existem alguns aparelhos que são conectados ao veículos como o coletor e as placas os mantém carregados evitando que o nosso vendedores percam vendas por não conseguir visitar os clientes, por um problema de carga elétrica”, disse Pinheiro, que trabalha há 25 anos na companhia. Esse sistema gera menores quantidades de emissões de carbono, se comparado aos painéis comuns. Só na concepção desses equipamentos, são economizadas quase 7,8 toneladas de emissões de CO2, que corresponde a 836 árvores, de acordo com a parceira Sunew.
Além disso, a empresa também investe em uma iniciativa de reutilização de plástico que surgiu em 2022. O reaproveitamento plástico tem duas frentes: a parceria com a empresa Sulfibra, para o uso do BOPP (do inglês, película de polipropileno biorientada ou plástico flexível) nas embalagens dos produtos, como os salgadinhos, além do Projeto de Baú, que usa garrafas PET, da família dos poliésteres, para a criação dos baús sustentáveis presentes nas carrocerias dos caminhões. Quem foi responsável por essa ideia foi o funcionário da Pepsico Brasil, Carlos Cunha, que foi até premiado pelo feito.
Depois de testes de segurança e durabilidade, em agosto de 2022, a companhia escalonou a iniciativa para quase 100 caminhões para, já em 2023, a empresa alcançar a marca de 446 caminhões com o material.
“Estamos aplicando essa tecnologia nas carrocerias dos caminhões de médio porte. Temos quase 2.400 veículos. Sejam com novos veículos, nas renovações da frota, ou quando abrimos novas rotas, todo caminhão que colocamos para circular terá a carroceria com o material de plástico reciclado”, afirma Pinheiro.
O executivo ressalta que o projeto é importante por fazer com que o consumo da energia seja consideravelmente menor, seguindo este raciocínio, a empresa conta com 160 carros movidos a gás (GNV) e elétricos, para contribuir com a diminuição das emissões de carbono na atmosfera. A partir de 2023, todo caminhão de grande porte será movido a GNV, 20% serão veículos elétricos e todos devem ter o baú com plástico reciclado.
A empresa ambiciona que em setembro deste ano mais de 400 caminhões com baú de plástico reciclado integrarão a frota. O que ajuda na destinação correta de cerca de 157 mil garradas PET e 376 mil embalagens de salgadinhos, garantindo uma destinação no pós-consumo. Além disso, a PepsiCo planeja a ampliação da parceria com a Sunew no projeto de paineis solares. A empresa afirma que, desde 2020, a frota já reduziu quase 900 mil kg de CO2, o que seria equivalente ao plantio de mais ou menos 6 mil árvores.
De 2015 a 2022, a PepsiCo reduziu em 27% as emissões de CO2 na América Latina, se forem consideradas as emissões das fábricas e da área de transportes. Segundo Pinheiro, os transportes, setor que é responsável na regional brasileira, correspondem a 50% das emissões geradas pela empresa. A frota de 2022, por exemplo, reduziu para 920 mil kg de CO2 as emissões liberadas ao meio ambiente, correspondendo a 6.500 mil árvores.