Localiza: companhia alega que financiamento tinha como objetivo honrar imposto devido por acionistas da Unidas (Localiza Hertz/Divulgação)
Rodrigo Caetano
Publicado em 23 de junho de 2022 às 21h15.
O grande desafio do setor de transporte e mobilidade é reduzir as emissões de carbono. Esse mercado responde por cerca de 14% do total de carbono emitido anualmente. A solução para o problema, no entanto, existe — e passa pela eletrificação dos transportes. O problema é que leva algum tempo para mudar a matriz energética de todo um setor. “Construir o futuro passa por ações no presente”, afirma Rozália Gaudio, diretora de sustentabilidade da Localiza, empresa de aluguel de carros. A partir dessa visão, a companhia se engajou em uma estratégia para acelerar a redução de suas emissões que conta com uma solução brasileira: o etanol. “A eletrificação está no pipeline, mas há uma ação imediata que traz grandes benefícios”, diz a executiva.
A frota da Localiza é 99% flex. Os carros alugados sempre saem com o tanque cheio de etanol. Enquanto não é possível eletrificar tudo, essa é uma das maneiras que a companhia encontrou para reduzir as emissões externas (chamado escopo 3 de emissões de carbono).
No ano passado, a Localiza fez o primeiro levantamento de emissões dos clientes, passo inicial para definir suas metas net zero a partir da Science Based Targets initiative (SBTi), principal padrão de medição e mitigação de emissões — a empresa já é neutra nos escopos 1 e 2. O que não for possível eliminar será compensado, algo que a companhia já tem feito por meio de projetos de conservação florestal na Amazônia.
Para além do ambiental, a Localiza inaugurou, no ano passado, o seu instituto, que inicia as atividades com 24 projetos e investimentos de 2,5 milhões de reais. E vem trabalhando na promoção da diversidade, com programas para aumentar a presença de mulheres na alta liderança e de aceleração da carreira de pessoas negras. Nos primeiros seis meses de 2022, a Localiza também gerou 1 gigawatt de energia renovável, de painéis instalados nos telhados das lojas e de fazendas que financiou. É o suficiente para abastecer uma cidade de cerca de 28.000 habitantes.