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Para 75% das crianças e adolescentes, mudanças climáticas são ameaça para próximas gerações

Pesquisa da PUC-PR e União Marista do Brasil ouviu jovens brasileiros e mexicanos sobre os impactos das mudanças no clima em comunidades vulneráveis e os efeitos do caos ambiental sobre seus direitos

75% das crianças e adolescentes acreditam que a população é atingida de forma desigual pelas mudanças climáticas (Joe Giddens/Getty Images)

75% das crianças e adolescentes acreditam que a população é atingida de forma desigual pelas mudanças climáticas (Joe Giddens/Getty Images)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 7 de outubro de 2024 às 16h20.

Última atualização em 7 de outubro de 2024 às 16h33.

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Entre as populações mais afetadas pelas mudanças climáticas estão as crianças e os adolescentes. De acordo com a pesquisa de 2022 da UNICEF (Crianças, Adolescentes e Mudanças Climáticas no Brasil), o Brasil tem 40 milhões de crianças em risco climático ou ambiental.

As temperaturas extremas também impactam mais as gerações atuais do que as passadas, aponta outro estudo da UNICEF. 33 milhões de crianças brasileiras enfrentam ao menos o dobro de dias de extremo calor ao ano na comparação com os seus avós.

Mas quais as percepções dos mais jovens sobre as mudanças climáticas e ambientais? Essa é a proposta de uma pesquisa elaborada pela Clínica de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e da União Marista do Brasil.

O estudo mostra que 75% das crianças e adolescentes acreditam que a população é atingida de forma desigual pelas mudanças climáticas, sendo mais impactadas as comunidades periféricas e de difícil acesso.

Os jovens também acreditam que os efeitos climáticos extremos são uma ameaça para as próximas gerações, informação apontada por 79% dos entrevistados.

Justiça climática para as crianças

O conhecimento sobre os direitos de crianças e adolescentes também foi tema da pesquisa: 90% dos que responderam à pesquisa afirmam que conhecem sobre os direitos, mas também sentem (64%) que o tema é pouco ouvido pelos tomadores de decisão.

Para Ir. Natalino Guilherme de Souza, presidente do Conselho Administrativo do Marista Brasil, os resultados mostram a importância da escola enquanto local de discussões climáticas e ambientais. “É importante ressaltar que as crianças em situação de vulnerabilidade são as que menos são ouvidas e têm consequentemente os seus direitos violados de várias maneiras e de modo prolongado. Por isso, um país que deseja ser sustentável e justo precisa ter as suas crianças na centralidade das suas ações”, aponta.

A partir de 2025, as escolas brasileiras passarão a cobrir os temas de mudanças climáticas e biodiversidade dentro das aulas de educação ambiental. A alteração na Política Nacional de Educação Ambiental ainda estabelece que os educadores deverão estimular os alunos a participar de ações de prevenção e mitigação dos efeitos no clima.

Souza ainda afirma que é indispensável considerar as opiniões das crianças e adolescentes ao formular políticas públicas que revertam as mudanças climáticas. “A participação e o envolvimento das novas gerações nas discussões que lhe dizem respeito são essenciais para um futuro sustentável”, explica.

A pesquisa ouviu 457 crianças e adolescentes, estudantes de colégios públicos e particulares nas áreas urbanas do Brasil e México.

Acompanhe tudo sobre:CriançasMudanças climáticasPreservação ambientalMeio ambienteBiodiversidadeDesigualdade social

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