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Pacto empresarial propõe a criação de um protocolo ESG racial no Brasil

Objetivo é incluir a questão racial no debate econômico, incentivar a adoção de ações afirmativas e investimentos sociais

A montage blend of African American faces close up, both men and women with different shades and colors in skin tone.  Melanin beauty. (RyanJLane/Getty Images)

A montage blend of African American faces close up, both men and women with different shades and colors in skin tone. Melanin beauty. (RyanJLane/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2022 às 11h38.

Última atualização em 4 de abril de 2022 às 11h52.

Segundo um estudo organizado pela unidade especializada em recrutamento e seleção de executivos da Page Executive, em parceria com a Fundação Dom Cabral, 90% dos CEOs das empresas brasileiras são homens e brancos. Ou seja, apenas uma em cada dez posições no país é ocupada por mulheres ou pessoas negras. Levando em consideração que os negros representam 56% da população brasileira, é notório que a conta não fecha.

Essa disparidade é um reflexo da herança e mentalidade colonial e escravocrata do país, e da falta de políticas públicas que visem equiparar as condições de vida entre a população branca e a negra. Sabemos que as pessoas brancas estão no topo da pirâmide social e que desfrutam de privilégios que as negras não têm acesso.

Isso é consequência do racismo que, como sinaliza Silvio Almeida, “é uma forma sistemática de discriminação que tem a raça como fundamento e que se manifesta por meio de práticas conscientes ou inconscientes, que culminam em desvantagens ou privilégios para indivíduos, a depender do grupo racial ao qual pertençam.”

É inadmissível ainda hoje ouvir que não existe racismo ou que há racismo reverso no Brasil. Todos os dias, pessoas negras passam por situações que demonstram que essa afirmação não se sustenta. São elas que ocupam a maioria das posições subalternas na sociedade, sendo vítimas da pobreza em diferentes âmbitos e da violência. Um exemplo disso é o fato de que a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado.

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Conscientes a respeito da importância de se discutir esse tema e mudar esta triste realidade, grandes empresas estão se reunindo para promover, de forma estruturada e efetiva, mais diversidade racial dentro e fora das companhias. Projetos como o da Associação Pacto de Promoção da Equidade Racial, iniciativa inovadora que chegou para revolucionar a forma com que as instituições de combate ao racismo vão equacionar o problema da equidade racial no Brasil, são exemplos desse movimento.

O objetivo do Pacto é incentivar a adoção de ações afirmativas e a realização de investimento sociais voltados à melhoria da qualidade da educação pública e a formação de profissionais negros. A iniciativa envolve dezenas de entidades e visa propor e implementar um Protocolo ESG Racial para o Brasil, trazendo a questão racial para o centro do debate econômico.

Outra iniciativa é o Movimento pela Equidade Racial (Mover) que reúne 47 empresas do país, cujo propósito é promover ações de diversidade, equidade e inclusão que contribuam para reduzir a desigualdade e combater o racismo estrutural no mercado de trabalho no Brasil.

O Mover pauta sua atuação, ações e investimentos em três pilares: Liderança, Conscientização e Capacitação e Emprego, e possui metas concretas e ambiciosas, como gerar 3 milhões de oportunidades e ter 10 mil novas posições de liderança ocupadas por pessoas negras e até 2030. Também se propõe a ser uma ferramenta de apoio na conscientização contra o racismo, através de ações de letramento ou incentivo ao debate e reflexão.

Por meio do Mover e do Pacto, reforçamos nosso compromisso de evoluir coletivamente na jornada iniciada individualmente, por cada companhia, na luta pela equidade racial, de forma propositiva, com toda a nossa cadeia de valor. E convidamos todas e todos os leitores a se unirem nessa luta!

*Marina Peixoto é diretora-executiva do Mover e Gilberto Costa, diretor-executivo da Associação Pacto da Equidade Racial

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