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O custo do hidrogênio verde no Brasil pode chegar a 1,60 dólar por quilo com incentivos (Angel Garcia / Bloomberg/Getty Images)
Editor ESG
Publicado em 31 de agosto de 2023 às 10h52.
“A Arábia Saudita do hidrogênio verde”. É assim que a indústria de energias renováveis apelidou o Brasil, graças às condições quase perfeitas para a produção do combustível. Aliando um potencial eólico e solar gigantesco, especialmente no Nordeste, com a presença de uma matriz energética majoritariamente limpa, o que facilita a produção do excedente energético necessário para certificar o produto, o país reúne os atributos para liderar o setor.
É uma oportunidade gigantesca. Um estudo da Deloitte Brasil aponta que o comércio global de hidrogênio pode gerar mais de US$ 280 bilhões em receitas anuais de exportação até 2050. Em relação aos investimentos, mais de US$ 9 trilhões deverão ser injetados na cadeia global de abastecimento de hidrogênio limpo para ajudar no alcance do net zero até 2050. Desse total, cerca de US$ 3 trilhões serão investidos em economias em desenvolvimento.
O que deve pender o ponteiro da competitividade em direção ao Brasil, no entanto, não é a facilidade de produção, mas o custo. Nesse sentido, algumas variáveis podem fazer diferença. A consultoria Clean Energy Latin America (Cela) acaba de publicar um levantamento que traz algumas alavancas que podem impactar o potencial do H2 verde no Brasil, divididas em cinco categorias:
A partir desse framework, a Cela criou um índice, cujo valor, atualmente, oscila entre 2,87 a 3,56 dólares por quilo de hidrogênio verde, dependendo do estado onde é produzido (a consultoria não detalhou quais estados foram pesquisados). São valores competitivos, considerando que o custo do hidrogênio cinza, atualmente, se encontra na casa dos 2,93 dólares por quilo.
Com a política correta e incentivos, no entanto, esses valores podem cair para 1,69 a 1,86 dólar por quilo, o que estaria numa faixa altamente competitiva. O trem está passando, só resta ao Brasil não perder o horário.