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Desmatamento na Amazônia: o Deter identificou a maior área desmatada em junho no estado do Pará (PA) (Reprodução/Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 11 de julho de 2023 às 16h31.
O levantamento sobre as modificações da cobertura florestal da Amazônia, Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) identificou 663 km² de área desmatada – enquanto isso, a média para o mês de junho (de 2006 para 2022) é de 886 km².
Em comparação com o mesmo mês de 2022, o desmatamento identificado teve uma diminuição — visto que, em junho do ano passado, o desmatamento alcançou a marca de 1.120,2 km².
Um detalhe importante é que junho corresponde, oficialmente, ao início do período de secas na Amazônia. “Em junho tivemos o início do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm). Essa queda no desmatamento justamente no início da estação seca, em um mês marcado por altos índices históricos de área desmatada, pode ser um indicativo de que novas estratégias podem estar sendo efetivas. Esse é um importante resultado em um mês seco”, disse Talita Assis, especialista em ESG na EXAME.
Porém, a especialista reforça a ideia de que é necessário observar a tendência de queda dos meses consecutivos. O índice tem sua importância para que seja possível acompanhar políticas e estratégias, mas, segundo ela, o desmatamento é um processo e por isso é preciso analisar os dados com cautela, entendendo as tendências.
Em junho deste ano, o estado do Pará (PA) liderou a lista de estados com maior área de desmatamento durante o mês totalizando 20.215 km² de áreas desmatadas – seguido por Mato Grosso (MT), com 11.786 km², Amazonas (AM), com 10.299 km², Rondônia, com 8.273 km², e Acre (AC), 2.528 km², estão entre os estados com maiores áreas desmatadas.
Ainda sobre junho de 2023, a cicatriz de incêndios florestais foi a primeira causa dos índices deste mês, seguida de desmatamento com solo exposto e degradação.
Este texto teve como base os dados apresentados no Deter, que é o sistema de monitoramento e alerta de desmatamento e outras alterações da cobertura florestal amazônica, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para apoiar outros dados mapeados e mobilizar e munir o Ibama e demais órgãos.
O Deter funciona para ajudar na fiscalização de detecção de desmatamento da vegetação dentro da Amazônia Legal Brasileira, sem considerar áreas que foram desmatadas previamente. Vale ressaltar que o Deter se trata de uma estimativa, ou seja, não é um número fechado.
Também existe a taxa consolidada de desmatamento (também conhecida como “taxa anual de desmatamento”) do Prodes, que deve ser apresentada somente no primeiro semestre do ano. Mas, historicamente, há pouca divergência entre as taxas estimadas e consolidadas.