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No Peru, a ativista Mari Luz Canaquiri Murayari foi responsável por uma decisão histórica que transformou um rio em entidade legal e ajuda na preservação de uma área da Amazônia (Goldman Prize/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 22 de abril de 2025 às 18h24.
Última atualização em 22 de abril de 2025 às 18h46.
Quem são as pessoas comuns que se tornaram grandes heróis ambientais? O Prêmio Goldman de 2025, conhecido como "Oscar do Meio Ambiente" acaba de divulgar seus vencedores: sete ativistas de diferentes partes do mundo que se destacaram por sua luta em prol da preservação e combate à crise climática.
A premiação, que acontece anualmente desde 1989, celebra os esforços de indivíduos que desafiaram estruturas poderosas para promover mudanças significativas. A grande missão é inspirar outras ações extraordinárias para proteger o planeta e trazer esperança frente aos maiores desafios atuais.
A homenagem coincide com o Dia da Terra, comemorado neste 22 de abril, e os vencedores levam para casa uma escultura de bronze em forma de "Ouroboros" -- uma representação de “serpente mordendo sua cauda" e símbolo do poder de renovação da natureza.
Nesta edição, a lista não contemplou nenhum brasileiro. Em 2023, a liderança indígena Alessandra Korap Munduruku, foi reconhecida pela defesa do território na bacia do rio Tapajós e em 2024, quem levou foi o jornalista Marcel Gomes, da Repórter Brasil, devido a investigação que expôs a "lavagem de gado" e sua ligação com o desmatamento na Amazônia.
A atual Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, também foi homenageada em 1996, pela sua dedicação e a engenhosidade como ativista e proteção de reservas extrativistas.
Semia Gharbi, da Tunísia
Ela foi uma das protagonistas na luta contra o esquema de tráfico ilegal de lixo doméstico entre a Itália e a Tunísia, o que resultou no retorno de 6 mil toneladas de resíduos para o país de origem. A sua campanha levou à prisão de mais de 40 funcionários públicos corruptos e provocou mudanças nas regulamentações da União Europeia para políticas de maior controle de exportações de resíduos.
Batmunkh Luvsandash, da Mongólia
Lutou contra a expansão de mineração no sul da Mongólia, conseguindo criar uma área protegida de 66.000 acres na província de Dornogovi. O local, rico em biodiversidade e abrigo de espécies ameaçadas, como a ovelha Argali e o jumento selvagem asiático, é um exemplo de resistência contra o avanço da atividade poluente no país.
Besjana Guri e Olsi Nika, da Albânia
A dupla albanesa foi responsável por uma campanha histórica que levou à criação do Parque Nacional do Rio Selvagem Vjosa, o primeiro do tipo na Albânia e na Europa. O local protege mais de 400 km de corredores fluviais livres, fundamentais para a biodiversidade de várias espécies em risco de extinção.
Carlos Mallo Molina, das Ilhas Canárias
Ele foi um dos principais articuladores de uma campanha global que evitou a construção do Porto Fonsalía, na Ilha de Tenerife, que ameaçava uma área marinha protegida de quase 69 hectares. Graças ao seu trabalho, o projeto foi cancelado, e agora Carlos lidera a criação de um centro de conservação marinha nas ilhas.
Laurene Allen, dos Estados Unidos
A ativista protagonizou uma ação decisiva contra a poluição gerada por uma planta industrial em New England (EUA). Sua campanha resultou no fechamento de uma fábrica responsável por contaminar fontes de água com produtos químicos tóxicos. A planta foi finalmente fechada em maio de 2024, após décadas de poluentes jogados no solo, ar e água.
Mari Luz Canaquiri Murayari, do Peru
Com o apoio da Associação de Mulheres Huaynakana Kamatahuara Kana, Mari Luz Canaquiri Murayari foi a responsável por um histórico julgamento que reconheceu o rio Marañón, no Peru, como uma entidade legal.
Essa decisão histórica protege o rio de contaminações futuras e fortalece os direitos das comunidades indígenas Kukama da região, além de representar um marco na proteção de uma área que também faz parte da Amazônia.