Em 2021, a expectativa é que as receitas da Nike cresçam com a retomada das lojas de rua nos Estados Unidos (Qilai Shen/Bloomberg)
Rodrigo Caetano
Publicado em 24 de junho de 2021 às 06h00.
A Nike divulga nesta quinta-feira, 23, seus resultados para o segundo trimestre. A projeção dos analistas é de receita de 11 bilhões de dólares, ligeiramente superior à registrada nos três primeiros meses do ano. De modo geral, a empresa vem registrando bons resultados, o que se reflete no valor de suas ações. Nos últimos 12 meses, os papeis da companhia saíram da casa dos 95 dólares para 133,10 dólares, no último fechamento.
Esse bom desempenho no mercado reflete o crescimento das vendas digitais da companhia, que conseguiu dar uma virada rápida em seu modelo durante a pandemia, encerrando contratos com grandes varejistas para focar nos seus canais digitais.
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Em 2021, a expectativa é que as receitas cresçam com a retomada das lojas de rua nos Estados Unidos, país onde o avanço da vacinação tem derrubado o número de casos, internações e mortes. A empresa deve abrir 30 lojas no segundo semestre de seu ano fiscal, que se encerra em junho.
As vendas devem ser impulsionadas também pela realização da Olimpíada de Tóquio, entre 23 de julho e 8 de agosto, mesmo que não haja a autorização para a entrada de turistas estrangeiros no Japão -- a decisão deve ser anunciada até o fim do mês.
Além da estratégia digital, outra força da companhia está no seu posicionamento em defesa de causas importantes na sociedade. Nos últimos anos, a Nike abraçou os movimentos feminista, antirracista e a defesa dos direitos humanos.
Acusada de utilizar trabalho escravo no passado, a empresa se juntou a outras marcas em um movimento para banir as compras de algodão da região chinesa de Xinjiang, que abriga a minoria Uigur. A China é acusada internacionalmente de violar os direitos humanos dos uigures. O governo chegou a ameaçar as empesas com retaliações, mas o posicionamento foi mantido.
Em outro posicionamento firme, a Nike encerrou um contrato de décadas com um dos seus maiores astros, o brasileiro Neymar. Segundo a empresa, o motivo da quebra se deu em função de uma investigação sobre um suposto assédio sexual cometido pelo atleta, que teria se recusado a colaborar com as investigações.
A empresa também apoia o ex-jogador de futebol americano Colin Kaepernick, que em 2016 começou a se ajoelhar durante a execução do hino americano antes dos jogos para protestar contra o racismo. Kerpernick, até então considerado um quarter-back (espécie de camisa 10 do futebol americano) de primeira linha, foi demitido e nunca mais conseguiu um time para jogar.
Os posicionamentos, ainda que polêmicos, ajudam a Nike a manter a força de sua marca em um período de intensos embates geracionais e polarização política. Inclusive, a empresa foi eleita a preferida na categoria Moda Esportiva na pesquisa das marcas mais admiradas em estilo de vida Casual Brands, promovida pela Casual com os leitores da EXAME.
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