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Fabiana Fairbanks, Vice Presidente de Bebidas da Nestlé Brasil: marca vai acabar com os canudos plásticos do Nescau (Divulgação/Exame)
À medida que cresce a pressão da sociedade - e do mercado - por soluções sustentáveis e alternativas viáveis de substituição ao plástico em diferentes cadeias produtivas, empresas aceleram suas estratégias para atingir a meta do Compromisso Global por uma Nova Economia do Plástico, que sugere restringir o material até 2025. A quatro anos do prazo, companhias também alteram seus processos de produção para aplicar embalagens recicláveis e compostáveis.
No caso da Nestlé, o comprometimento com a ideia ascendeu em 2019, quando anunciou a pretensão de abolir, gradualmente, os canudos plásticos das caixinhas de Nescau. Para estar mais próxima de atingir o nível que nenhuma outra empresa do mercado brasileiro já atingiu e remover totalmente o componente de seu dia a dia, a transnacional suíça de alimentos decidiu por continuar voltando seus esforços para a linha presente em cerca de 65% das casas brasileiras ao divulgar a substituição total dos canudos plásticos por canudos de papel a partir de 1 de dezembro de 2020.
Além do projeto com o achocolatado, a empresa também afirmou que irá substituir materiais secundários de plástico por peças em papel, como nas embalagens utilizadas em empacotamento e transporte de cargas. Com isso, a Nestlé estima eliminar 420 toneladas das suas operações anualmente.
“No mercado, temos tido uma receptividade muito positiva. Desde o anúncio da jornada, no ano passado, temos visto uma compreensão muito grande do público de que as mudanças não acontecem de uma hora para a outra. Mas o fato de ter dado esse passo acelerou muito o nosso caminho e posicionamento no mercado com essa missão sustentável e compromisso”, diz Fabiana Fairbanks, vice presidente de bebidas da Nestlé Brasil.
Por trás da empolgação com o desaparecimento do plástico está o aumento de custos contidos nessa mudança. Os ganhos sociais com a readequação de estratégias e execução de projetos que objetivam a substituição por outros materiais exige um investimento financeiro milionário por parte das empresas. “Hoje, a mudança de materiais acarreta em custos maiores. Então, como empresa, é preciso acreditar muito no propósito”, diz Fabiana. “No nosso caso, entendemos que era um passo importante para uma empresa com grandes compromissos com a sustentabilidade”, diz.
Para a Nestlé, o comprometimento se deu em um investimento de 50 milhões de reais, destinado à criação de uma nova linha de produção, adaptação das plantas industriais e ações de comunicação nacionais. E nos últimos anos, o total destinado a ações e melhoria de tecnologias supera os 200 milhões de reais.
A empresa afirma que a substituição irá se estender futuramente para todo o portfólio de bebidas, o que irá acarretar no desaparecimento de mais de 300 milhões de canudos plásticos por ano, ou 128 toneladas, a partir de 2021.
Antecendo a ação envolvendo os canudinhos, a empresa cultiva um histórico de esforços e parceiras com instituições de impacto socioambiental. No último ano, a Nestlé se envolveu com a TerraCycle, startup de economia circular, para implementar processos de coleta inteligente para as embalagens da linha Ninho. Com a parceria, consumidores e cooperativas podem receber recompensas, que posteriormente são convertidas em doações a entidades sem fins lucrativos, ao enviar embalagens e sachês para a TerraCycle. A Nestlé também mantém, em parceria com o Projeto Tamar, ações de conscientização ambiental sobre descarte de materiais.
No último ano, a empresa também deixou de aplicar filme plástico externo em caixas de bombom. Com essa mudança, a companhia deixa de usar mais de 450 toneladas por ano em plástico. Em 2020, as reduções continuaram com a crição de um novo produto na linha Nescau: uma bebida orgânica que dispensa o uso de tampas plásticas em sua embalagem, limitando a utilização de mais de 600 mil tampas anualmente, segundo a empresa.