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Na Diageo, licença familiar de 180 dias já é realidade para pais

Política da companhia iguala benefício concedido às mulheres que se tornam mãe. Depois de engajar colaboradores, como puxar o mercado?

Viviane Besani, diretora executiva de RH da Diageo, fala sobre a jornada para implementação da licença paternidade na companhia. (Diageo/Divulgação)

Viviane Besani, diretora executiva de RH da Diageo, fala sobre a jornada para implementação da licença paternidade na companhia. (Diageo/Divulgação)

EXAME Plural
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Publicado em 11 de agosto de 2024 às 09h43.

Última atualização em 11 de agosto de 2024 às 09h45.

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Por Viviane Besani*

No Brasil, políticas de licença paternidade e maternidade têm desempenhado um papel crucial na promoção da igualdade de gênero e no apoio ao bem-estar familiar. Enquanto a legislação assegura uma licença maternidade de 120 dias, estendida a 180 dias para empresas do programa Empresa Cidadã, a licença paternidade ainda é limitada a 5 dias, apesar de avanços recentes que permitem ampliá-la para até 20 dias em certos casos.

Dentro desse contexto, a Diageo Brasil tem sido uma força pioneira na transformação das práticas de licença familiar, liderando pelo exemplo e desafiando normas estabelecidas. Desde a implementação de nossa política de Licença Familiar de 6 meses, em 2019, iniciada no Reino Unido e que foi expandida para outras operações internacionais no mesmo ano, a empresa tem se dedicado não apenas a cumprir, mas superar as expectativas e contribuir para um ambiente de trabalho mais inclusivo e igualitário.

É preciso destacar, no entanto, que os benefícios dessa política vão além do impacto direto sobre os colaboradores que se tornam pais. Reconhecemos que arcar com os custos associados à licença familiar é um investimento no bem-estar dos nossos profissionais e na retenção de talentos. Sem contar o fortalecimento das relações familiares. E desde o lançamento da política no Brasil, observamos em nossa operação local, um crescimento significativo da adesão dos colaboradores: já em nosso segundo ano de implementação, alcançamos 100% de adesão.

Claro, não obstante a tantos aspectos positivos, a implementação da política de licença familiar foi uma jornada, onde encontramos alguns desafios culturais significativos em nosso país. Inicialmente, muitos homens relutavam em tirar a licença estendida devido ao estigma de que o cuidado dos filhos é uma responsabilidade feminina. Hoje, cinco anos depois, somamos 127 famílias que foram beneficiadas por esta iniciativa, sendo 68 homens e 59 mulheres que usufruíram da licença com salário integral e benefícios por seis meses. E globalmente, de julho de 2022 a junho de 2023, nossos colaboradores desfrutaram de mais de 205.000 dias de licença por paternidade, beneficiando 733 homens globalmente.

Fez diferença o apoio e exemplo da liderança, como o do VP de Marketing da Diageo Brasil, Guilherme Martins, primeiro a usufruir da licença estendida, que se tornou um precursor e um grande incentivador da política, demonstrando que a licença familiar não é apenas um benefício para as mães, mas uma oportunidade para os pais se envolverem plenamente na vida familiar.

Importante destacar ainda, que a nossa política contempla também oferecer suporte em casos de nascimento e adoção; o que desafia estereótipos de gênero e promove igualdade de oportunidades. Pois nossos esforços fazem parte de uma estratégia ampla de bem-estar e diversidade da empresa. E à medida que refletimos sobre os cinco anos de sucesso da política no Brasil, seguimos comprometidos em avançar na construção de um futuro mais inclusivo, conforme a Política de Licença Familiar da Diageo, que inclui alcançar equidade salarial de gênero e aumentar a representatividade de pessoas negras, com metas claras até 2030.

E continuamos em buscar de melhorar, participando ainda ativamente das discussões sobre a regulamentação da licença paternidade no Brasil. Somos parte da Coalizão Licença Paternidade (CoPai), que busca a regulamentação estendida, obrigatória e remunerada e, em agosto do ano passado, contribuímos para um ato público na Câmara dos Deputados em defesa da regulamentação, ao lado de organizações como Grupo Mulheres do Brasil, Elas Pedem Vista, LiBertha e Elas Discutem, com apoio da BASE consultoria e da Secretaria da Mulher.

Enquanto engajamos o mercado a se unir nesta causa, somos desafiados a perguntar: como podemos colaborar e avançar juntos para transformar o mercado de trabalho, criando ambientes que apoiem e valorizem verdadeiramente a diversidade e o equilíbrio familiar? Essa resposta dependerá de nossa capacidade de inovar, de defender mudanças significativas e de comprometer-nos com práticas que reconheçam e celebrem a complexidade das necessidades e contribuições de todos os colaboradores. Convidamos a sociedade a se engajar nesse diálogo crucial, explorando soluções coletivas que possam moldar um futuro mais justo e inclusivo para todos.

Viviane Besani é diretora executiva de RH da Diageo Brasil.

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