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Biopower, empresa de combustíveis da JBS, produziu 5% da capacidade brasileira de biodiesel (JBS/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 5 de março de 2024 às 11h00.
Última atualização em 19 de março de 2024 às 12h23.
A Biopower, negócio da alimentícia JBS responsável por combustíveis limpos, transformou no ano passado 4,5 milhões de litros de óleo de cozinha em biodiesel. A ação faz parte do programa Óleo Amigo, criado há 8 anos, que já ajudou a destinar corretamente mais de 26 milhões de litros de óleo.
Por meio da ação, escolas, hospitais, igrejas e comércios vendem o óleo de cozinha já utilizado para a JBS. O pagamento feito pela venda custeia a infraestrutura, reformas e equipamentos para os locais. A empresa conta também com a doação por parte de famílias, e usa o líquido e os resíduos da produção dos bovinos, como sebo dos animais, na formulação do combustível.
Segundo Alexandre Pereira, diretor comercial da Biopower, o programa busca conscientizar a população sobre o descarte correto dos materiais. “Cada litro de óleo de cozinha tem a capacidade de poluir até 25 mil litros de água. Com o programa, já evitamos a contaminação de 650 bilhões de litros de água”, afirma.
O programa atua em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, alcançando um total de 87 municípios e com potencial de atingir até 10 milhões de pessoas. O Óleo Amigo já destinou o óleo usado de 550 negócios e 51 organizações e escolas.
Pereira afirma que o objetivo é expandir o programa Óleo Amigo para cada vez mais cidades. A ação conta com o apoio de prefeituras para repassar a importância de separar o óleo nas escolas, conscientização que já impactou 30 mil alunos. “Nosso objetivo é informar sobre a destinação adequada, sustentável e a favor da biodiversidade de uma forma lúdica para as crianças. Queremos formar cidadãos melhores para que, no futuro, preservar seja um ato normal”, afirma.
Criada em 2007, a área de produção de biocombustível na JBS tem hoje a capacidade de produzir até 700 milhões de litros de biodiesel por ano. No ano passado, a produção da Biopower chegou a 550 milhões, que representa mais de 5% do mercado brasileiro.
Com unidades industriais em Lins (SP), Campo Verde (MT) e Mafra (SC), a Biopower evita que até 40 milhões de litros de resíduos bovinos sejam desperdiçados todos os meses. Além de abastecer a frota de caminhões nessas localidades, a JBS comercializa o combustível para produtores de diesel no País – isso porque a produção do combustível no Brasil deve conter a mistura de 14% de biodiesel em sua composição.
Além de utilizar o óleo de cozinha fornecido pelo programa Óleo Amigo, a JBS também compra óleo de fornecedores para complementar sua produção. Segundo Pereira, na fábrica de Lins, 95% da produção é feita somente com resíduos e com o óleo recuperado da população e das organizações.
A empresa realizou testes durante seis meses para avaliar o desempenho e rendimento do biodiesel. De acordo com a empresa, o combustível apresenta rendimento igual ao diesel, mas com um impacto ambiental muito menor: o biodiesel emite até 80% menos gases causadores do efeito estufa.
De acordo com Pereira, a prática de utilização dos resíduos é uma mostra da estratégia de economia circular da JBS. Dados da empresa — que destina os resíduos dos animais para a produção de couro, peptídeos de colágeno e gelatinas e sabonetes — apontam que 99% de cada bovino é aproveitado, taxa que chega a 94% entre aves e suínos. “Buscamos aumentar o ciclo de vida de cada produto que a gente utiliza na cadeia de produção, e o biodiesel produzido aqui é prova dessa estratégia”, conta.