Movida (Paulo Whitaker/Reuters)
Rodrigo Caetano
Publicado em 23 de junho de 2022 às 21h16.
A Movida, empresa de aluguel de carros, é responsável por 10% da frota de carros elétricos brasileira. A companhia comprou veículos a bateria de todas as montadoras que vendem esse tipo de carro no Brasil. Segundo Renato Franklin, CEO da Movida, a ideia é ser um agente de transformação do mercado, catalisando as mudanças necessárias para reduzir a pegada de carbono do setor de mobilidade. “Eu falo para as montadoras: vamos comprar carros elétricos”, diz Franklin.
O ideal, segundo o CEO, é reduzir as emissões de carbono, não as compensar. A meta da Movida é ser carbono neutro até o escopo 3, que inclui as emissões dos clientes. A meta só será atingida com a eletrificação, o que depende de a indústria automotiva acelerar as vendas de carros eletrificados. Franklin passou a integrar, em maio deste ano, o grupo Liderança com ImPacto, do Pacto Global da ONU Brasil, braço das Nações Unidas para o setor corporativo. Ele será embaixador do ODS 13, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU, que versa sobre mobilidade. “A diferença entre ser signatário do Pacto ou não é que tudo vira obrigação”, diz Franklin. “Não dá para querer fazer só para aparecer; é preciso compromisso.”
Ao mesmo tempo que registrava recordes no resultado, a Movida acelerava sua estratégia de mobilidade sustentável. A empresa captou, neste ano, 1 bilhão de reais em uma debênture e aprovou uma linha de crédito de 800 milhões de reais (160 milhões de dólares) no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com parte dos recursos direcionados para a agenda ESG.
As pessoas ocupam lugar de destaque nessa estratégia. A Movida trabalha na base da pirâmide para encontrar talentos. Por trás dessa cultura está a necessidade de atender um público diverso. O executivo considera que a empresa precisa estar na vanguarda do setor, cumprindo o papel de mostrar para a cadeia o que o consumidor quer. “Não queremos comprar carros só a gasolina porque não serão vendidos”, afirma Franklin.