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No Dia da Terra, bolsa de carbono chega a R$ 150 mi em ativos digitais

Em dois anos de existência, a Moss e cerca de 300 clientes destinaram a verba para a Amazônia por meio da comercialização de créditos tokenizados

 (Thithawat_s/Getty Images)

(Thithawat_s/Getty Images)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 22 de abril de 2022 às 10h00.

Última atualização em 22 de abril de 2022 às 10h43.

A Moss, climatech brasileira de comercialização de crédito de carbono em blockchain e seus clientes já destinaram mais de R$ 150 milhões para projetos de conservação na floresta amazônica. Isto foi possível em dois anos de existência por conta de ações como o MCO2, o primeiro ativo verde digital global lastreado em blockchain, lançado em 2020.

A chegada do utility token da climatech busca democratizar o acesso ao ativo, permitindo que companhias de todos os portes e segmentos, além de pessoas físicas, compensem a pegada de carbono de suas atividades de maneira segura e transparente. O lastro em blockchain dado ao token garante que cada crédito seja compensando apenas uma vez e que venha de projetos certificados e habilitados para a geração do ativo.

Mais recenemtente, a Moss lançou o NFT da Amazônia, na qual a empresa comprou áreas florestais e as dividiu em NFTs (tokens não-fungíveis), levando para o mercado a iniciativa de socializar - inicialmente - a proteção de 450 hectares de terras.

Os primeiros 100 NFTs, no valor total de mais de R$ 1 milhão, colocados na plataforma OpenSea para pré-venda, se esgotaram em poucas horas. Novas séries de NFTs estão a caminho em novos formatos para ampliar o acesso. Cada comprador do NFT da Amazônia passa a ser titular de direitos sobre um hectare de terra da região amazônica, fazendo a diferença na proteção do maior bioma do planeta.

A Moss iniciou ainda um movimento de descentralização e fortalecimento da sua comunidade com o lançamento de um token de governança. Neste cenário, os detentores do Moss Governance Token poderão decidir e participar de iniciativas como: nova cunhagem de tokens; inclusão de projetos que podem ser adicionados como fornecedores de crédito de carbono (após a realização das diligências e auditorias por parte da Moss); descentralização de processos (cunhagem, auditoria, melhorias, atualizações de protocolo); novas parcerias, e realização de follow on para compra de créditos de carbono e tokenização (moedas de lote comunitário).

Outra ação em fase final de desenvolvimento é um projeto que vai avaliar e certificar a documentação de propriedades rurais em áreas da floresta amazônica para que elas se tornem aptas a produzir e comercializar créditos de carbono. Mas, até chegar no passo da documentação, a Moss faz um importante trabalho de conscientização dos produtores locais, levando-os a entender o valor que a terra tem quando se mantém a floresta em pé.

“Esse é um mercado ainda muito analógico e a Moss, com seu DNA de blockchain acredita nesse canal para agilizar a certificação de propriedades e ampliar a capacidade do mercado brasileiro em gerar créditos de carbono”, diz Fernanda Castilho, COO da Moss. Com essa iniciativa, a climatech reforça junto aos proprietários dessas áreas que a geração de créditos de carbono fazem as terras tão rentáveis quanto abrir espaço para a agropecuária.

Um estudo realizado pela Schroders que mostra que o Brasil poderia se tornar a “Arábia Saudita” do crédito de carbono. De acordo com a gestora britânica, o país poderia certificar 1,5 bilhão de toneladas por ano, 300 vezes mais que o patamar atual.

Em todo o mundo, o setor de serviços ambientais já movimenta mais de 1 trilhão de dólares ao ano, já o mercado de compensação de carbono fechou em 2021 na casa dos US$ 400 bilhões. “Se dermos vazão ao volume de certificações que podemos realizar, a economia brasileira poderia crescer, apenas com a comercialização dos créditos, 6% a 8% ao ano. É um potencial gigantesco que ainda não é explorado", diz Fernanda.

 

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