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Morte de tartarugas no México alerta ambientalistas e pode afetar comércio com os EUA

Entre 500 e 1.000 animais podem ter morrido, o que levou a Marinha mexicana a estudar o seu habitat; autoridades americanas consideram que o país não se esforça o suficiente para proteger a espécie

Investigação: equipe de pesquisadores com uma rede para coletar organismos alimentares para tartarugas marinhas do navio de pesquisa oceanográfica ARM "Sayulita" da Marinha Mexicana na Baía de La Paz (AFP Photo)

Investigação: equipe de pesquisadores com uma rede para coletar organismos alimentares para tartarugas marinhas do navio de pesquisa oceanográfica ARM "Sayulita" da Marinha Mexicana na Baía de La Paz (AFP Photo)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 3 de setembro de 2024 às 17h13.

Última atualização em 3 de setembro de 2024 às 17h16.

Biólogos marinhos e cientistas no México estão investigando as causas da morte, nos últimos anos, de centenas de tartarugas-cabeçudas, uma espécie vulnerável que vive nas águas do Oceano Pacífico, informaram porta-vozes oficiais.

Em agosto, a Secretaria da Marinha realizou uma expedição no navio Arm. Sayulita para estudar o habitat desta tartaruga no Golfo de Ulloa (estado da Baixa Califórnia do Sul), a partir do qual são consideradas diferentes hipóteses.

Foi a primeira de três excursões com as quais o governo mexicano busca reverter uma certificação negativa imposta pelas autoridades americanas, que consideram que o país não está fazendo esforços suficientes para proteger a espécie, que seria afetada, entre outros aspectos, pela pesca ilegal.

"Vamos concentrar todos os esforços, precisamente com dados históricos (...), para responder se a temperatura (do mar) aumentou de tal forma que afeta a tartaruga, se sua fonte de alimento diminuiu ou aumentou", contou à AFP o pesquisador oceanográfico da Marinha Diego López.

"É um esforço conjunto multidisciplinar para identificar com precisão as causas da mortalidade", afirmou Agnese Mancini, coordenadora de pesquisa da ONG Grupo Tortuguero de las Californias.

Também conhecida como tartaruga-comum ou tartaruga-mestiça (Caretta caretta), o animal realiza uma das maiores migrações transoceânicas entre os vertebrados marinhos, uma vez que se desloca desde sua área de nidificação no Japão até a costa mexicana, segundo a Sea Shepherd, ONG que participou das pesquisas.

No entanto, entre 2018 e 2020, foi reportada a morte de entre 500 e 1.000 destes animais no México, segundo a mesma organização.

Possíveis causas

As autoridades mexicanas indicaram que a pesca acidental, a idade, doenças, predação natural ou condições ambientais adversas podem estar por trás destas mortes.

Além da embarcação que realiza as pesquisas, a Marinha indicou que intensificou suas operações de combate à pesca ilegal no Golfo de Ulloa.

Em um relatório do Congresso americano, a agência americana de observação oceânica e atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) declarou que o México não implementou adequadamente as regulamentações para restringir o uso de equipamentos de pesca e para monitorar as mortes de tartarugas.

A certificação negativa implica restrições para embarcações mexicanas nos portos dos EUA e possíveis efeitos no comércio pesqueiro entre os dois países, parceiros do Canadá no tratado de livre comércio T-MEC.

Brasil

A tartaruga-cabeçuda também é encontrada no Brasil. Suas áreas prioritárias de desova estão localizadas no litorais norte do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, e ao longo do litoral de Sergipe. Por aqui, a espécie também é considerada vulnerável, de acordo com critérios do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Na época de desova, segundo o Projeto Tamar, o Brasil chega a registrar cerca de 9 mil ninhos. O animal pesa, em média, 180kg e mede em torno de 136 centímetros. (com redação)

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