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A demonstrator holds a sign with the images of Argentinian President and German Nazi leader Adolf Hitler that reads in spanish 'The racists will not pass' during a national march called by women and LGBTQ pride groups in repudiation of President Javier Milei's remarks in Davos on feminism and the LGBT community, in Buenos Aires on February 1st, 2025. Political, trade union and civil society sectors march against the advance of Milei's government on diversity policies. During his first year in office, Milei had dissolved the Ministry of Women, Gender and Diversity, as well as the National Institute Against Discrimination, Xenophobia and Racism. (Photo by Luis ROBAYO / AFP) (AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 1 de fevereiro de 2025 às 20h58.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2025 às 20h58.
Milhares de pessoas se manifestaram neste sábado (1) em Buenos Aires, na Argentina, em defesa da diversidade e contra o presidente Javier Milei, economista e líder da ultradireita argentina, em resposta ao seu recente discurso no Fórum Econômico Mundial sobre feminismo e a comunidade LGBT.
Alinhado ao que chama de sua “batalha cultural”, em 23 de janeiro Milei criticou a “agenda woke”, como se refere a pautas ligadas à igualdade racial, social e de gênero. Ele também afirmou que o “feminismo radical” busca “privilégios” e questionou a tipificação do feminicídio, alegando que essa categoria legal estabelece que “a vida da mulher vale mais do que a de um homem”.
Na capital argentina, uma longa procissão de manifestantes com bandeiras, chapéus e maquiagem com as cores da tradicional bandeira do Orgulho LGBT se reuniu à tarde na Praça do Congresso antes de seguir até a Praça de Maio, onde fica a Casa de Governo, a cerca de dois quilômetros de distância, conforme constatou a AFP.
“Armário e calabouço nunca mais”, “Resistência trans” e “Nem um passo atrás” eram algumas das frases estampadas em cartazes e faixas da manifestação, chamada de “Marcha Federal do Orgulho Antifascista e Antirracista LGBTQI+”, convocada por movimentos feministas e coletivos de diversidade sexual.
"O que o presidente disse foi um absurdo. Não é possível que alguém com um cargo tão importante fale desse jeito", afirmou à AFP Alicia González, uma jovem de 18 anos que se identifica como homossexual e que participou da marcha acompanhada por sua mãe e seus irmãos.
Com o rosto coberto de glitter e a bandeira arco-íris desenhada nas bochechas, Alicia afirmou ter se sentido “atacada” pelas declarações de Milei e disse que o presidente deveria “defender direitos, não restringi-los”.
A mobilização dos manifestantes contou com a adesão de vários sindicatos influentes, como a Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE), dos servidores públicos, e a Confederação Geral do Trabalho (CGT), a principal central sindical do país, além de políticos da oposição. O governo classificou a marcha nos últimos dias como “essencialmente política”.
As declarações de Milei geraram indignação na sociedade civil, em boa parte da imprensa e até mesmo desconforto na direita “tradicional”, ocasionalmente aliada ao presidente libertário, que expressa admiração e afinidade com o atual mandatário americano, Donald Trump. O governo se defendeu, alegando que as falas do presidente foram distorcidas e que, como liberais, respeitam “o projeto de vida de cada indivíduo”.
Segundo veículos de imprensa argentinos, a manifestação de Buenos Aires, que deve se estender até o fim do dia, será replicada em diversas cidades do interior do país e até mesmo em outros lugares do mundo.