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Redator na Exame
Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 06h36.
Última atualização em 24 de janeiro de 2025 às 07h51.
Michael Bloomberg, empresário americano e ex-prefeito de Nova York, anunciou que sua fundação filantrópica, a Bloomberg Philanthropies, ajudará a cobrir as contribuições dos Estados Unidos ao órgão climático da Organização das Nações Unidas (ONU), após a saída do país do Acordo de Paris nesta semana.
A decisão de sair do acordo foi tomada por Donald Trump, novo presidente americano, que também determinou o fim do financiamento climático internacional dos Estados Unidos. Durante seu primeiro mandato, em 2017, Trump também retirou o país do Acordo.
E, assim como da primeira vez, Bloomberg se movimentou para que os EUA mantivessem seus compromissos com o clima. O empresário, junto do então governador da Califórnia, Jerry Brown, lançaram o America’s Pledge, que ajudou a manter as contribuições dos EUA e a divulgação dos dados do país.
“A Bloomberg Philanthropies e outros financiadores climáticos dos EUA garantirão que os Estados Unidos cumpram suas obrigações climáticas globais”, disse a organização em um comunicado. Além disso, também foi informado que essa cobertura incluiria a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês).
Até o momento, a instituição filantrópica não forneceu detalhes sobre valores e parceiros para o financiamento. Mesmo assim, Simon Stiel, chefe climático da ONU, disse que o órgão aprecia “profundamente o generoso apoio da Bloomberg Philanthropies e a liderança demonstrada por Mike Bloomberg”.
Os EUA correspondiam a cerca de 21% do orçamento principal da UNFCCC. Só em 2024, o país pagou 7,2 milhões de euros de uma contribuição obrigatória e outros 3,4 milhões de euros que estavam atrasados, totalizando 10,6 milhões de euros, cerca de R$ 65,4 milhões.
Mesmo assim, a UNFCCC sofre de um grave déficit orçamentário, o que dificulta as conversas mundiais sobre o clima, conforme análise da Reuters.
“Embora o financiamento governamental continue sendo essencial para nossa missão, contribuições como esta são vitais para permitir que o secretariado da ONU Mudança Climática apoie os países no cumprimento de seus compromissos no âmbito do Acordo de Paris e na busca por um futuro de baixa emissão, resiliente e mais seguro para todos”, disse Stiel.
Michael Rubens Bloomberg, 84, é um empresário, ambientalista, político e filantropo americano, com uma fortuna estimada de US$ 104,7 bilhões (R$ 621,8 bilhões, na cotação atual), segundo a Forbes. Fundou a Bloomberg L.P. em 1982, que é hoje uma das maiores agências de notícias de todo o mundo, e ainda se mantém como CEO da companhia.
Entre 2002 e 2014, foi prefeito de Nova York, totalizando três mandatos consecutivos. Nesse meio tempo, também fundou a Bloomberg Philanthropies, em 2006, atuando nas áreas da saúde pública, artes, inovação governamental, educação e meio ambiente.
Dentro de suas ações, Bloomberg assinou o The Giving Pledge em 2010, se comprometendo doar, pelo menos, metade de seu patrimônio para a caridade. Nesse sentido, o bilionário foi considerado o americano que mais fez doações em 2019, um total de US$ 3,3 bilhões (R$ 19,5 bilhões), sendo incluído na lista da The Chronicle of Philanthropy.
Com o fim de seu mandado, Bloomberg foi escolhido, pela ONU, como primeiro Enviado Especial para as Cidades e as Mudanças Climáticas em 2014, posição que mantém até hoje.