ESG: startups sustentáveis ganham relevância no mercado (Roman Synkevych/Divulgação)
Engenheiro de materiais de formação, Guilherme Brammer costumava ser o chato do cafezinho, reclamando da falta de postura sobre a reciclagem. Há dez anos, ele decidiu apostar em uma solução. Na época, lembra ele, não existia área de sustentabilidade nas empresas. “A conversa tratava basicamente sobre regulação”, relatou ele, fundador & CEO da Boomera.
O cenário mudou completamente. “As empresas costumavam olhar para o material reciclado como caro e de baixa qualidade. Agora, precisamos ampliar a capacidade produtiva para atender a demanda”, informou. “Hoje o nosso papo é com C-Level, fazemos parte da estratégia do negócio. Vemos empresas se comprometendo com os acionistas a reduzir seus impactos”.
A experiência de Brammer ecoa nas avaliações dos outros dois participantes do painel “Startups de impacto”, que ocupou a agenda do dia do evento Melhores do ESG. Também participaram Andre Kok, Cofundador do KM Solidário, e Rafael Vignoli, Fundador e CEO da Lemon Energia.
Mediado por Leo Branco, editor da Exame, o evento apresentou as perspectivas de cada um desses líderes em inovação aplicada a ESG. Os três concordam: nos últimos anos, especialmente depois da pandemia, a preocupação das empresas com o tema aumentou.
Como aliar o combate ao sedentarismo ao apoio ao terceiro setor? Depois de participar de ações pontuais nessa direção, os fundadores do KM Solidário começaram a discutir a criação de uma startup. “Nós nascemos durante a pandemia, os dois sócios nunca se viram pessoalmente. Surgimos em um momento em que o terceiro setor encontra dificuldade em captar financiamento”, lembrou o cofundador do KM Solidário, Andre Kok.
A proposta do projeto é simples: os usuários fazem o cadastro no aplicativo e, a cada vez que fazem atividades de caminhadas ou corridas, a quilometragem acumulada é revertida em doação para uma instituição previamente selecionada. O número de instituições favorecidas depende do total de financiadores. “O ESG é mandatório”, disse Kok. “Não dá para imaginar uma empresa de ponta, uma empresa listada, que não esteja preocupada”.
Já Rafael Vignoli explicou que a Lemon Energia é um marketplace que conecta energia sustentável a pequenos e médios negócios. “Nosso sonho é trazer energia limpa, mais barata, para pequenas e médias empresas, que têm dificuldade para entender esse mercado e sabre como acessá-lo”, afirma o fundador, Rafael Vignoli. O objetivo é ambicioso: alcançar mais de 100 mil clientes, especialmente no pequeno varejo.
“Em 2019, éramos só um PowerPoint bonito”, lembrou. A partir do momento em que a startup começou a crescer, surgiu a preocupação em selecionar os parceiros. “Buscamos investidores alinhados com nossos valores. Em uma empresa em fase inicial como a nossa, o investidor tem um impacto muito grande na cultura.” A busca por financiamento é facilitada pelo momento, disse ele: “As empresas estão mais conscientes. A preocupação com o ESG não é mais apenas para inglês ver. ESG não é um voo de galinha, veio para ficar”.
Bolsas de 50%
Além do painel, o dia foi marcado por um anúncio: a Exame Academy e a Trevisan Escola de Negócios estão lançando um MBA Executivo em ESG e Impact. Durante o evento, que vai agregar mais de 40 paineis diários até o mês de junho, será sorteada uma bolsa de estudos de 50% por semana. Para concorrer, basta clicar no QR Code disponível nos primeiros minutos do vídeo do painel do dia.
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