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LaLiga e Real Betis querem usar o futebol para conter aquecimento global

Clube de Sevilha cria plataforma para que empresas aproveitem o alcance do esporte mais popular do mundo para conscientizar sobre as mudanças climáticas

Lucas Modric, do Real Madri, e Cristian Tello Herrera, do Real Betis, disputam a bola em partida da LaLiga: clube quer ser o mais sustentável do mundo (Power Sport Images / Colaborador/Getty Images)

Lucas Modric, do Real Madri, e Cristian Tello Herrera, do Real Betis, disputam a bola em partida da LaLiga: clube quer ser o mais sustentável do mundo (Power Sport Images / Colaborador/Getty Images)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 29 de outubro de 2020 às 13h44.

Última atualização em 29 de outubro de 2020 às 13h53.

A pandemia impactou fortemente o futebol mundial. Mesmo com a volta dos campeonatos, em julho e agosto, a falta de público está secando os cofres dos clubes, mesmo os mais populares. No espanhol Barcelona, por exemplo, a receita caiu 14% e a dívida dobrou, chegando a quase 500 milhões de euros, obrigando o time a realizar um corte temporário de 70% no salário dos funcionários, incluindo jogadores. 

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O choque econômico provocado pela covid-19 no esporte mais popular do mundo leva um dos maiores campeonatos a pensar no planeta, e a repensar suas operações. A LaLiga, o campeonato espanhol de futebol, está apoiando uma iniciativa do Real Betis, tradicional time da região de Sevilha, que visa o combate ao aquecimento global por meio do futebol. 

Batizada de Forever Green ("para sempre verde"), a plataforma é aberta para outras empresas que queiram se associar à iniciativa, aproveitando a exposição oferecida pelo futebol. Segundo Ángel Haro, presidente do time, a meta é fazer do Betis o time de futebol mais sustentável do mundo. “Somos verdes hoje e seremos verdes amanhã”, disse Haro, em alusão às cores do clube alviverde.

Há uma série de iniciativas em curso elencada na plataforma. O Betis é o primeiro time de futebol a aderir à iniciativa The Climate Pledge, criada pela Amazon, cujos signatários se comprometem a reduzir e compensar suas emissões de carbono em consonância com o determinado no Acordo de Paris. O clube também aderiu à Climate Neutral Now, iniciativa da ONU que também visa a redução das emissões — o Betis compensou suas emissões do ano passado. 

No campo de jogo, o Betis desenvolveu uma camisa para seus jogadores feita de plástico reciclado. Também trocou a iluminação do seu estádio, o Benito Villamarín, pela tecnologia LED, mais econômica, e instalou pontos de coleta de material reciclável na arena. 

As mudanças climáticas representam um risco aos esportes ao ar livre. O aumento da temperatura pode inviabilizar a prática esportiva. “Em algumas regiões, a temperatura se elevará a um ponto em que não será possível jogar futebol”, afirma Niclas Svenningsen, gerente da Ação Climática Mundial da ONU. 

Para o presidente da LaLiga, Javier Tebas, atualmente, as empresas precisam explicar à sociedade o que estão fazendo pelo meio ambiente, e os clubes de futebol profissional não fogem à regra. “O projeto do Betis atende a dois objetivos, contribui para o meio ambiente e dá voz ao futebol no combate às mudanças climáticas”, diz Tebas. “Vamos apoiar outras iniciativas de clubes.”

O presidente da LaLiga também afirmou que pretende incentivar o uso de transportes mais “limpos” em termos de emissões, em alternativa aos voos. A plataforma do Betis também aborda essa questão, com o fomento ao uso do transporte público, das bicicletas, carros, motos e patinetes elétricas pelos torcedores. A média de público do clube em seu estádio é de 50.000 pessoas. 

Goleiro do Betis, o chileno Claudio Bravo, que já jogou no Barcelona, no Manchester City, da Inglaterra, e foi titular da seleção do Chile, destacou o que, na visão dele, é o grande trunfo da plataforma: a conscientização. “É importante educar. E o futebol tem uma voz muito forte”, destacou Bravo. 

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