Cristiano Teixeira, CEO da Klabin (Klabin/Divulgação)
Marina Filippe
Publicado em 23 de junho de 2022 às 20h47.
As ações de ESG da fabricante de papel e celulose Klabin têm colocado seus executivos em lugar de destaque nessa agenda. Um exemplo disso foi na COP26, em novembro, quando Cristiano Teixeira foi o único CEO brasileiro no grupo de Business Leaders, liderado pelo presidente da COP, Alok Sharma.
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A participação é resultado de uma série de ações, como a redução das emissões de escopos 1 e 2 de 185 kg CO2eq/t para 165 kg CO2eq/t, mesmo com incremento de 2% na produção entre 2019 e 2020.
Além disso, de 2003 a 2020 a companhia reduziu 45% do consumo de água e mais de 64% das emissões diretas nas operações. Ainda nessa seara, a redução esperada nas emissões é de 25% até 2025 e de 49% até 2035, tendo 2019 como ano-base e sendo as metas aprovadas pela Science Based Targets initiative.
Para Teixeira, ainda que o movimento feito pelas empresas na COP seja positivo, falta ambição. “As empresas estão no papel de acabar com a produção por extração que acontece desde o início da Revolução Industrial. São mais de 200 anos de extrativismo”, afirma Teixeira.
Para envolver os fornecedores, desde 2019 a Klabin utiliza a metodologia EcoVadis de avaliação, que considera questões agrupadas em quatro temas: meio ambiente, práticas trabalhistas e direitos humanos, ética e compras sustentáveis. Desde o início da utilização da metodologia, a Klabin já avaliou cerca de 260 dos 7.000 fornecedores.
“A Klabin é altamente comprometida com as ações ESG e entende a importância de movimentar a cadeia e os fornecedores. Começamos por aqueles considerados críticos e com maior gasto, mas vamos seguir com todos”, diz Francisco Razzolini, diretor de tecnologia industrial, inovação, sustentabilidade e projetos da Klabin.
Na frente social, a Klabin trabalha desde a formação e geração de renda para pequenos e médios produtores vizinhos até iniciativas internas de diversidade e inclusão, por exemplo ao melhorar a presença de mulheres na liderança de 13% para 22% entre 2020 e 2022, com o objetivo de chegar a 30% até 2030.
Em relação à governança, para otimizar ainda mais a atuação do conselho, foram criados três comitês de assessoramento: de auditoria e partes relacionadas, de sustentabilidade e de pessoas.
“Os grupos fornecem mais insumos para tornar as decisões mais ágeis e assertivas, considerando também a importância dos membros independentes”, diz Razzolini.
Para Teixeira, o CEO, além de todo o trabalho feito dentro de casa, é preciso atuar para alertar e engajar o maior número de pessoas nessa causa, pois o tema é urgente e merece atenção.
“Vimos recentemente o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas dando um alerta máximo sobre nossa realidade. É o momento de agir e pensar globalmente”, afirma.