Rafael Nasser e Renato Radomysler, da Freecô: empresa recebeu certificação com programa de logística reversa (Freecô/Divulgação)
No mercado desde 2015, a FreeCô, empresa que desenvolveu o primeiro bloqueador de odores sanitários do país, percebeu recentemente que o ESG precisa ir além do discurso. O último ano foi o momento perfeito para ampliar as estratégias ambientais da empresa, que já tem DNA sustentável desde a sua fundação ao usar matérias-primas 100% naturais em seus produtos.
A ideia primária do Freecô era a de ser um produto de bases naturais e ambientalmente responsáveis. A intenção era criar um bloqueador que pudesse ser usado por diferentes públicos, sem restrições.
A jornada sustentável, porém, exigiu uma mudança de estratégia que fosse além das pessoas e também olhasse para o meio ambiente e os riscos da extração desses recursos.
"Desde o início da FreeCô, a intenção era criar produtos sem restrição de uso. E para isso, entendemos que os produtos teriam de ter em sua composição, matérias-primas que não agredissem o ser humano. Mas, pensando no longo prazo, a sustentabilidade também foi vital”, diz Rafael Nasser, cofundador da FreeCô.
A ideia estava associada a ter matérias-primas de matriz inesgotável e que, no longo prazo, não trouxessem impacto negativo ao meio ambiente. “Olhamos desde a questão de saúde até a continuidade do nosso negócio como um todo”, diz. Para isso, a lista dos principais componentes da linha de produtos da Freecô tem itens como óleo de capim-limão, óleo de eucalipto, canela, por exemplo.
A empresa também estampa um selo vegano que reconhece companhias que têm produtos sem ingredientes de origem animal e que também não testem — ou que tenham fornecedores que testam — produtos em animais.
Recentemente, a empresa recebeu o selo EuReciclo, uma certificação para boas práticas de reciclagem e compensação ambiental das empresas. Isso foi feito a partir da criação de um novo programa de logística reversa.
O programa da FreeCô se divide entre a homologação dos operadores parceiros, que coletam e separam as embalagens de papelão e plástico e comercializam os materiais recicláveis para empresas recicladoras; o rastreamento e validação das notas fiscais oferecidas pelos operadores, para atestar que o material foi de fato enviado para a reciclagem e o cálculo da massa de embalagens dos produtos comercializados.
“Foi um processo natural para nós”, diz Nasser. “Não precisamos mudar nada do que fazíamos para ganhar o certificado, apenas comprovamos o que já era existente”.
O programa vem para facilitar a logística reversa, um desafio especialmente maior para empresas com distribuição nacional. No caso da FreeCô, os produtos estão em cerca de 25.000 pontos de venda em todo o país em redes como varejistas como Pão de Açúcar, Minuto, Extra, Carrefour e Açaí, além de farmácias como Raia Drogasil, Ultrafarma e Pague Menos.
Em 2021, a empresa já compensou cerca de 1.850 quilos de plástico e papelão, o que corresponde a uma taxa de reciclagem de 22%. A meta é chegar a algo perto de 7.000 quilos nos próximos meses.
O faturamento da FreeCô saltou de 22 milhões de reais em 2019 para 35 milhões de reais em 2020. Foram mais de 2,5 milhões de unidades de FreeCô vendidas no ano passado, em um crescimento de 30% ante 2019.
De acordo com a empresa, o aumento da distribuição dos produtos — que se deu pelas parcerias com redes e maior presença em pontos de venda — e o maior investimento em comunicação e marketing foram os grandes propulsores para tal resultado. O sucesso justifica o desejo em replicar a fórmula também no lado ambiental.
A expectativa é repetir os 30% de crescimento em vendas até o final do ano, além de triplicar o faturamento, atingindo 100 milhões de reais em 2021.
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