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Javier Milei, presidente da Argentina (Juan Ignacio Roncoroni/EFE)
Editora ESG
Publicado em 13 de novembro de 2024 às 14h49.
A diminuta comitiva argentina presente na COP29, no Azerbaijão, retirou-se de forma abrupta das sessões realizadas nesta quarta-feira, 13. O motivo? Uma determinação direta do presidente Javier Milei. A despedida da delegação antecede um já programado encontro entre o argentino e o recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Ambos os líderes sempre se posicionaram contrariamente às iniciativas de mitigação da crise climática global e a eleição do norte-americano trouxe tensões e uma pesada sombra à participação dos EUA na cúpula do clima.
Contudo, antes do "adiós" antecipado, o chanceler Gerardo Werthein reiterou a posição do governo que representava, de rejeitar "imposições" de organismos internacionais multilaterais. Alinhado ao seu presidente, Werthein afirmou que a Argentina "desafiará qualquer tentativa de obrigações que ameacem suas necessidades de desenvolvimento econômico".
Durante a COP29, os representantes de Milei deveriam participar de dois importantes grupos de negociação: o Grupo Sul, composto também por Brasil, Uruguai, Paraguai e Equador; e o G77, juntamente com a China. A delegação era formada por autoridades dos ministérios das Relações Exteriores e do Meio Ambiente, Turismo e Esportes, e liderada pelo ministro Daniel Scioli.
De acordo com jornalistas e membros de organizações não governamentais que acompanhavam a comitiva argentina, os representantes evitaram a todo custo, quaisquer interações ou mesmo conversas informais ("off the record") com a imprensa e a sociedade civil.
Apesar da negação do presidente Milei sobre a realidade das mudanças climáticas, a Argentina, que aderiu ao Acordo de Paris sobre o clima em 2015, teve sua participação ratificada pelo Congresso Nacional em 2016. O que acontecerá após o encontro dos novos melhores amigos, só o tempo dirá.