ESG

Investir nos povos originários é ter uma economia baseada na sustentabilidade, diz Txai Suruí

COP27: a liderança indígena Txaí Suruí falou sobre a importância da integração entre povos originários, governos e empresas em prol das florestas, mitigação dos efeitos do clima e desenvolvimento econômico

Txaí Surí, na COP27 (Leandro Fonseca/Exame)

Txaí Surí, na COP27 (Leandro Fonseca/Exame)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 14 de novembro de 2022 às 08h28.

Não se discute mudanças climáticas sem a sabedoria dos povos originários. Este é o grande recado das população indígenas na COP27, a Conferência das Partes, que ocorre no Egito até dia 18. Pensando nisto, a líder indígena Txaí Suruí, que representou o Brasil no discurso de abertura da COP no ano passado, segue com protagonismo e busca engajar também o setor privado.

"Precisamos que as empresas não só contratem mais mulheres, indígenas e negros porque necessitam de um olhar diverso para os negócios. É necessário que vejam meu povo, por exemplo, como um dos maiores produtores de café do Brasil. Investir nos povos originários é investir num plano econômico sólido e em um futuro sustentável", afirmou Txaí nesta segunda-feira, 14, em evento promovido pelo Pacto Global da ONU no Brasil na COP27.

A EXAME está na COP27, da ONU. Acesse a página especial e saiba tudo o que acontece no mais importante evento de mudanças climáticas, sustentabilidade e sociedade

Segundo ela, a produção sustentável de café é uma das inúmeras soluções dos povos originários. “Também atuamos com Soluções Florestais Agrícolas (SAF) para diferentes cultivos. Além disso, o povo Paité Suruí é o primeiro do Brasil a trabalhar com crédito de carbono [desde 2012] e tem o quarto maior projeto do mundo desenvolvido por povos originários nesta frente”.

Para Txaí, essa visão integrada é fundamental na proteção das florestas. "Os povos indígenas são os melhores defensores da floresta e têm as soluções para uma crise que não há mais tempo de fugir. Todos sabem dos riscos e sofrimentos que a população indígena, a que mais protege os biomas, têm no Brasil. Estamos passando por um governo de transição e só vamos conseguir bons resultados com a união de todos os setores”

Por fim, um reforço do recado para as empresas foi realizado no evento. “Não é possível proteger as florestas e o planeta se os povos não tiverem moradia, comida e trabalho. Estamos aqui para mostrar que não vamos resolver isto sozinhos, nem mesmo os governos vão, sem a ajuda do setor privado”.

Acompanhe tudo sobre:Exame na COP27IndígenasSustentabilidade

Mais de ESG

Como negociar no After Market da B3

Setores da saúde e moda ganham diretrizes para unir justiça climática na estratégia empresarial

Capital da Índia fecha todas as escolas primárias devido à poluição; entenda

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada