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Desde 2012. o mercado de energia solar criou mais de 240 mil postos de trabalho, segundo a Absolar (Sean Gallup/Getty Images)
Rodrigo Caetano
Publicado em 2 de março de 2021 às 09h37.
Última atualização em 3 de março de 2021 às 12h57.
A potência instalada do setor de geração de energia solar alcançou 8 GW em fevereiro, segundo um levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. Esse volume é maior do que as capacidades de todas as usinas nucleares e térmicas a carvão no Brasil, somadas. Estão instalados cerca de 409 mil sistemas fotovoltaicos no país, que abastecem mais de 511 mil unidades consumidores, entre residências, comércios e indústrias.
Essa capacidade de geração é fruto de investimentos feitos ao longo dos últimos oito anos que ultrapassam 40 bilhões de reais. A maior parte (24 bilhões) foi destinada ao segmento de geração distribuída, que concentra os pequenos sistemas, como os que são instalados nos telhados das casas. Os consumidores residenciais são maioria, representando 73,6% dos sistemas em operação e 38,9% da potência instalada.
As grandes fazendas solares somam 3,1 GW de potência instalada. Elas são responsáveis por 1,7% da matriz elétrica brasileira, um porcentual considerado baixo pela entidade. “Embora tenha avançado nos últimos anos, o Brasil – detentor de um dos melhores recursos solares do planeta – continua com um mercado solar ainda muito pequeno", afirma Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR. Há mais de 86 milhões de consumidores de energia elétrica no País, porém atualmente apenas 0,6% faz uso do sol para produzir eletricidade.”
Nos últimos leilões de energia realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica, a fonte solar foi a mais competitiva entre as renováveis, com preços médios negociados a 21 dólares por megawatt-hora. Segundo a Absolar, o setor é também um grande gerador de empregos, tendo criado cerca de 240 mil postos de trabalho desde 2012.
Atração de empresas
A energia solar vive um momento único no Brasil. No último ano, mesmo em contexto de pandemia, a capacidade energética do setor cresceu cerca de 52% e hoje, a solar é vista como a principal fonte a encabeçar a retomada verde no país e a transição para uma economia 100% limpa e renovável, seguida da eólica, hidrelétrica e do gás natural.
A ascensão também se refletiu no ambiente corporativo: em 2020, surgiram cerca de 450 novas empresas do setor a cada mês. Neste ano, as estimativas são ainda mais otimistas, e a perspectiva é de que 5.400 companhias comecem suas operações no Brasil até dezembro, segundo mapeamento do Portal Solar, principal marketplace de energia solar fotovoltaica no país. O crescimento, segundo a empresa, corresponde a uma alta de 27% quando comparado ao volume total de empresas no segmento fotovoltaico no país, que hoje conta com 20 mil companhias.
O surgimento de novas empresas não é algo incomum no setor. Em uma pesquisa realizada em 2020, o Portal Solar concluiu que apenas 12,3% das empresas que atuam com energia solar fotovoltaica estão no mercado há mais de quatro anos, enquanto a maior parcela delas (41,2%) está no ramo há menos de um ano.