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Investidores com US$ 6,8 trilhões em ativos pressionam UE a manter políticas ESG

Movimento é uma reação a críticas da Alemanha e da França de que essas políticas prejudicam a competitividade de suas empresas

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 4 de fevereiro de 2025 às 07h32.

Um grupo de investidores que administra cerca de US$ 6,8 trilhões (R$ 39,5 tri) em ativos emitiu um comunicado conjunto nesta terça-feira, 4, pedindo que as autoridades da União Europeia não cedam à pressão para reduzir as regulamentações ESG do bloco.

Entre os signatários do documento estão o Institutional Investors Group on Climate Change (IIGCC), o European Sustainable Investment Forum (Eurosif) e os Principles for Responsible Investment (PRI).

O comunicado é uma resposta à crescente pressão feita pela Alemanha e pela França para reduzir as regras de ESG da União Europeia. As duas maiores economias do bloco argumentam que essas exigências diminuem a competitividade das empresas da região frente a seus pares nos Estados Unidos e na Ásia.

O grupo de investidores afirma que as regras da União Europeia são fundamentais para ajudar os gestores a decidir onde alocar seus recursos.

Qualquer ajuste nas regras, de acordo com o comunicado, deveria se limitar a mudanças de padrões técnicos ou a ajustes nas instruções de implementação. Caso contrário, os investidores acreditam que há “risco de criar incerteza regulatória” e comprometer o objetivo europeu de cumprir o Green Deal.

Debate regulatório

França e Alemanha pediram que a União Europeia pause ou adie as exigências regulatórias de ESG para evitar sobrecarregar as pequenas e médias empresas do bloco — dados de janeiro mostram que nenhuma das duas economias teve crescimento nos últimos meses de 2024.

Em particular, os franceses e alemães estão preocupados com os efeitos que a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa, adotada em abril de 2021 pela Comissão Europeia, tem sobre as companhias europeias.

O grupo de investidores, por outro lado, defende a importância dos relatórios de ESG exigidos pela União Europeia para guiar suas decisões de investimento. No comunicado, eles afirmam que já compartilharam suas preocupações com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Simplificar regras

A Comissão Europeia informou que vai adotar uma série de iniciativas nos próximos cinco anos para incentivar o crescimento econômico e aumentar a competitividade do bloco.

Uma dessas iniciativas é chamada de "Pacote Omnibus", que pretende simplificar a regulamentação de relatórios de sustentabilidade corporativa, due diligence e taxonomia de finanças sustentáveis da União Europeia.

Em uma entrevista recente, Maria Luis Albuquerque, nova comissária europeia de serviços financeiros, afirmou que o bloco continua comprometido com o Green Deal, mas que alguns aspectos regulatórios e legislativos precisam ser ajustados.

Autoridades da União Europeia vão se reunir nesta semana com líderes de empresas e associações comerciais para discutir quais mudanças podem ser feitas nas regras de ESG. Investidores focados em sustentabilidade, no entanto, não participarão do encontro.

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