O Instituto Clima e Sociedade (iCS) lançou nesta terça-feira (11) um novo edital que busca até nove projetos que unem o uso de tecnologias digitais, incluindo Inteligência Artificial (IA), para promover a sustentabilidade.
O investimento é de R$ 18 milhões (US$ 3 milhões) aos selecionados, com valores mínimos de R$ 1,8 milhão para cada um. As inscrições estão abertas até 22 de abril e podem ser realizadas neste site.A iniciativa conta com uma doação de R$ 20 milhões (US$ 4 milhões) do Google.org, braço filantrópico do Google, e suporte técnico do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS). As soluções podem contemplar desde a redução de emissões de carbono, até a preservação da biodiversidade e fortalecimento de ecossistemas.
“Precisamos aproveitar as tecnologias disponíveis e estimular novas inovações para cumprir a agenda climática, que se torna mais urgente a cada dia. A IA pode e deve ser utilizada para desenvolver ações concretas e escaláveis em agricultura regenerativa, bioeconomia e conservação florestal no Brasil”, disse Maria Netto, diretora-executiva do iCS.
Maior doação do Google.org para sustentabilidade na América Latina
O processo de seleção terá quatro fases: triagem técnica e legal das propostas, pré-seleção de 21 projetos por um júri especializado, mentoria de quatro semanas para os escolhidos, seleção final de 5 a 7 projetos, além de até dois escolhidos diretamente pelo iCS.
Os 21 pré-selecionados serão anunciados em 12 de junho, e os vencedores, em 26 de setembro.
“A tecnologia tem grande potencial para acelerar soluções climáticas e garantir o uso sustentável dos recursos naturais. Com o apoio do Google.org, queremos incentivar projetos que combinem inovação e impacto ambiental positivo[/grifar]”, destacou Maia Mau, diretora de Marketing do Google Brasil.
Foco em três áreas estratégicas
O edital prioriza setores com alto impacto ambiental e econômico:
Reversão da perda da biodiversidade
- O Brasil se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030, mas 7 milhões de hectares de florestas secundárias correm risco de desmatamento.
- O setor pode gerar 5 milhões de empregos e remover 4,3 bilhões de toneladas de CO₂ da atmosfera.
Bioeconomia
- Setor pode criar 833 mil empregos até 2050.
- Potencial para preservar mais 81 milhões de hectares de florestas em pé.
Agricultura regenerativa
- Pode reduzir as emissões em 25,7% até 2035, comparado a 2020.
- Solução para recuperar pastagens degradadas, evitando novos focos de desmatamento.
Segundo o iCS, a IA e outras tecnologias emergentes podem ajudar o Brasil a atingir sua meta climática de reduzir emissões em 67% até 2030. A pauta também fará parte das discussões da COP30 em Belém do Pará, em novembro deste ano.