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Iniciativa de proteção de tartarugas devolve 6 milhões de filhotes aos rios amazônicos

Parceria é entre Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, e o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará

Ação de proteção das tartarugas no Pará tem grande relevância para garantir a permanência dessas espécies no ecossistema amazônico (Jéssica Santana/Divulgação)

Ação de proteção das tartarugas no Pará tem grande relevância para garantir a permanência dessas espécies no ecossistema amazônico (Jéssica Santana/Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 7 de dezembro de 2024 às 08h59.

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Ajudar filhotes de tartarugas a chegar na água: esse é o objetivo do Tartarugas do Xingu, uma ação de preservação da biodiversidade que, desde 2011, já devolveu 6 milhões de filhotes aos rios da Amazônia.

Esta é a sétima edição do projeto, uma parceria entre a Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, e o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio).

No último sábado (30), voluntários das instituições, entre funcionários, crianças e pesquisadores, participaram da soltura na Unidade de Conservação Refúgio de Vida Silvestre, em Senador José Porfírio, sudoeste do Pará. Ao todo, cerca de 50 mil filhotes acompanhados foram soltos, com foco em três espécies da região amazônica: tartarugas-da-Amazônia, tracajás e pitiús.

A ação de soltura faz parte de um trabalho contínuo de monitoramento e preservação, que inclui o acompanhamento da reprodução das tartarugas e a proteção contra predadores naturais, como aves, peixes e cobras.

A Norte Energia, juntamente com o Ideflor-Bio, realiza atividades de fiscalização nas praias da região para evitar a caça predatória e a coleta ilegal de ovos, práticas proibidas por lei. A ação conta ainda com a parceria das secretarias municipais de Meio Ambiente de Vitória do Xingu e Senador José Porfírio.

Preservação da biodiversidade

Desde agosto deste ano, 15 biólogos e auxiliares do projeto monitoraram a reprodução das espécies nas 20 praias do Tabuleiro do Embaubal. Ao todo, 40 voluntários adultos ajudaram nas escavações para que os filhotes recém-nascidos, cujo processo de eclosão começa em dezembro, cheguem com segurança às águas. As comunidades próximas também desempenham papel importante, ajudando a reduzir as ameaças de predadores, como outros animais da região.

Roberto Silva, gerente de Meios Físico e Biótico da Norte Energia, conta que o projeto celebra uma renovação da fauna da região. “Levando em conta que a tartaruga-da-Amazônia começa a se reproduzir aos 8 anos de idade, em breve alguns filhotes que ajudamos na primeira edição já utilizarão as praias do Tabuleiro como local seguro para que seus próprios filhotes nasçam”, explica.

Priscila Fonseca, bióloga do Ideflor-Bio e presidente do Programa Estadual de Conservação de Quelônios do Pará, destaca o simbolismo das tartarugas para a região amazônica, o que confere ainda mais importância ao projeto.

“São espécies migratórias e dispersoras de sementes, o que garante que a gente possa ter uma flora sustentável”, explica Fonseca. “Essa ação de proteção para as tartarugas do estado do Pará tem grande relevância para garantir a permanência dessas espécies no ecossistema amazônico.”

Arthur Cavalcante Gomes, um voluntário de 9 anos, participou de uma explicação sobre a vida das tartarugas e compartilhou o que aprendeu: “Eu adorei a aula. Também descobri que uma Tartaruga-da-Amazônia chega até 65 quilos”, disse.

De acordo com o projeto, a Tartaruga-da-Amazônia pode colocar entre 80 e 100 ovos por ninho, enquanto os Tracajás colocam de 15 a 30 ovos e os Pitiús de 20 a 25 ovos. As três espécies, que enfrentam ameaças naturais e humanas, são fundamentais para o equilíbrio ecológico da região.

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