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Indústria marítima, responsável por 80% do comércio global, busca reduzir emissões de carbono

Setor emite aproximadamente 1 bilhão de toneladas de dióxido de carbono anualmente, representando cerca de 3% das emissões globais de CO₂

navegação marítima (Divulgação/Antaq)

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China2Brazil
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Agência

Publicado em 24 de dezembro de 2024 às 12h44.

A indústria marítima é responsável por mais de 80% do volume global de comércio internacional, e carrega o peso de ser um dos maiores emissores de carbono do mundo.

Segundo dados da Organização Marítima Internacional (IMO), o setor emite aproximadamente 1 bilhão de toneladas de dióxido de carbono anualmente, representando cerca de 3% das emissões globais de CO₂.

Com a crescente preocupação global em relação às mudanças climáticas, a redução de gases de efeito estufa no transporte marítimo tornou-se uma prioridade urgente.

No ano passado, a IMO, órgão regulador global da indústria, aprovou a Estratégia de Redução de Gases de Efeito Estufa dos Navios em 2023, estabelecendo metas ambiciosas para mitigar os impactos ambientais do setor.

De acordo com a estratégia, até 2030, as emissões anuais totais de gases de efeito estufa provenientes do transporte marítimo internacional devem ser reduzidas em pelo menos 20% em comparação com 2008, com um esforço para atingir uma redução de 30%. Já até 2040, a meta é reduzir essas emissões em pelo menos 70%, com um objetivo aspiracional de 80% em relação aos níveis de 2008.

Huang Zhen, membro da Academia Chinesa de Engenharia, em uma entrevista ao portal chinês, The Paper, disse que existem três caminhos principais para a redução de carbono da energia motriz dos navios, que são navios elétricos, navios com combustíveis verdes e navios com combustíveis fósseis combinados com dispositivos de captura de carbono.

Segundo dados da Clarkson Research, referência em pesquisa de mercado marítimo, os combustíveis alternativos já representam 50% dos pedidos de construção de novos navios em termos de tonelagem. Isso reflete uma mudança significativa no setor, onde navios movidos por combustíveis alternativos estão gradualmente se tornando a principal escolha para novas embarcações.

No que diz respeito aos tipos de navios, o progresso é ainda mais evidente. Navios de transporte de gás, navios de transporte de automóveis e navios de transporte de contêineres já são quase 100% alimentados por combustíveis alternativos.

Além disso, as soluções baseadas em combustíveis alternativos tornaram-se predominantes no segmento de transporte de contêineres, consolidando-se como a nova norma no setor.

Huang Zhen afirmou que, atualmente, o metanol verde está liderando entre os combustíveis alternativos verdes na indústria marítima, seguido pela amônia verde, e que os principais desafios para o desenvolvimento futuro desses combustíveis estão relacionados ao custo, e não à tecnologia.

“O futuro é uma área inexplorada, e qual combustível se tornará predominante deve ser avaliado com base em seis aspectos: aplicabilidade do motor, segurança, disponibilidade de combustível, integridade das normas e regulamentos, viabilidade econômica para produção em larga escala e impacto ambiental”, ressaltou.

Para Huang Zhen, o custo dos combustíveis verdes deve ser analisado sob uma perspectiva ampla. “É preciso considerar não apenas os custos internos, mas também os externos, e não apenas de forma estática, mas de maneira dinâmica”, afirmou, destacando a importância de levar em conta as restrições globais de carbono, como as tarifas de carbono da União Europeia, cotas de carbono e sistemas de recompensas e penalidades vinculadas às emissões de carbono.

Ele também enfatizou que o cálculo dos custos deve incorporar as características de custo marginal zero da energia verde, considerando o potencial de redução de custos com o aumento da produção e a expansão das tecnologias sustentáveis.

Segundo Huang Zhen, esses fatores serão cruciais para determinar a viabilidade econômica e a adoção em larga escala de combustíveis alternativos no setor marítimo.

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