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Helte investe R$ 100 milhões para tornar o mercado nacional de energia solar mais competitivo

A companhia distribuídora de kits fotovoltaicos brasileira fez uma parceria com a Sengi Solar visando fortalecer a produção de módulos no país e diminuir a dependência de importação da China

Planta de produção da HELTE (HELTE/Divulgação)

Planta de produção da HELTE (HELTE/Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 7 de outubro de 2024 às 17h00.

A China é a maior produtora e exportadora de kits fotovoltaicos do mundo, representando atualmente cerca de 80% de todos os painéis solares e equipamentos importados pelo Brasil -- parte pela infraestrutura industrial altamente competitiva no setor de energia. Mas a Helte, empresa de geração distribuída que atua no segmento de energia solar do grupo HLT, quer mudar essa realidade e reduzir a dependência do Brasil das tecnologias chinesas.

Pensando nisso, a companhia investirá 100 milhões de reais até 2025 para adquirir 40 mil painéis solares fabricados pela Sengi no Brasil, sua parceira de longa data. A intenção é fortalecer a produção nacional, e consequentemente, impulsionar o mercado brasileiro de renováveis.

Até o momento, já foram investidos R$ 25 milhões, e o plano inicial é aumentar a produtividade da fábrica da Helte em Cascavel, no Paraná. Além disso, a empresa pretende aumentar a comercialização de módulos nacionais dos atuais 5% para 20% no próximo ano.

"A nossa intenção é ter uma parceria competitiva em termos de valores e investimentos, pois hoje a China detém toda a cadeia de produção desses equipamentos – desde as células, cabos, até a estrutura de alumínio que compõe os módulos fotovoltaicos. O produto é muito popular na China, mas o Brasil tem um potencial enorme de produzir nacionalmente", disse Junior Helte, CEO do Grupo HLT, em entrevista à EXAME.

Líder em renováveis e sexto maior produtor global de energia solar, o Brasil é um mercado em expansão e tem o potencial de se tornar um provedor de soluções para o mundo em transição energética. "Somos um país tropical, com uma incidência de sol muito relevante, e temos um potencial enorme para absorver e contribuir, não só com o meio ambiente, mas também com uma grande geração energética. A energia solar veio justamente para contribuir com esse caminho de fontes limpas", complementou Junior.

Embora a solar já esteja muito consolidada, outras tecnologias, como o hidrogênio verde, ainda precisam ganhar escala, reiterou ele.

Avanços e desafios

Em 2012, a Resolução Normativa 482, publicada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), permitiu que os consumidores brasileiros gerassem sua própria energia a partir de fontes limpas, como a solar, e trocassem a energia excedente com a rede elétrica. Segundo o CEO, a norma foi um incentivo para a aquisição de geradores fotovoltaicos, mas ainda há dificuldades, especialmente em termos de competitividade.

"A produção chinesa acaba saindo na frente, tanto em volume quanto em tecnologia. O mercado solar, principalmente de geração distribuída, está crescendo muito, e a China foi o país que mais investiu no seu desenvolvimento, embora não tenha iniciado esse processo", destacou Junior.

Nesta mesma direção, o governo brasileiro implementou recentemente uma política de aumento da tarifa de importação em 10,8% para módulos fotovoltaicos, com o objetivo de tornar os produtos nacionais mais competitivos em relação aos chineses.

Além de impulsionar o mercado, a produção local garante maior proximidade com os consumidores e a possibilidade de incentivos financeiros — através de programas como os do BNDES. "Isso torna o equipamento mais acessível financeiramente, facilitando a escolha do cliente por soluções de financiamento, por exemplo", explicou Junior.

A Helte, fundada em 2018, atua no modelo B2B (business to business), vendendo para outras empresas intermediárias que instalam os kits para o cliente final -- seja ele residencial, comercial ou industrial. Entre suas principais concorrentes estão a WEG, a ABSolar e a Abel.

Em 2023, alcançou o faturamento de R$ 1 bilhão e recebeu o status de unicórnio brasileiro. Neste ano, a companhia também anunciou sua entrada no mercado de assinatura de energia solar, por meio de uma parceria com a cooperativa OpenGD. O serviço pretende democratizar o uso de energia solar no Brasil, permitindo que os assinantes aproveitem a geração compartilhada sem a necessidade de investir em infraestrutura própria, como painéis solares.

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