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Há 'vontade política' para avançar na preservação da Amazônia, garante presidente do BID

Ilan Goldfajn avalia que o ambiente favorece que sejam feitos projetos 'no lugar certo, a Amazônia, no momento certo'; em um ano, os recursos para projetos na região quadruplicaram, chegando a US$ 4,2 bilhões

Discussões: no sábado, Goldfajn vai se encontrar com ministros, empresários e Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA, em Belém  (AFP Photo)

Discussões: no sábado, Goldfajn vai se encontrar com ministros, empresários e Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA, em Belém (AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 25 de julho de 2024 às 18h31.

Última atualização em 25 de julho de 2024 às 18h39.

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, afirmou que há "vontade política" para avançar na preservação da Amazônia, pulmão do planeta e reguladora crucial do clima, durante uma entrevista à AFP no Rio de Janeiro.

"Sentimos que havia no ambiente a vontade política de fazer [projetos] no lugar certo, a Amazônia, no momento certo. Acho que isso está acontecendo agora", disse o brasileiro Goldfajn na quarta-feira, 24, ao fazer um balanço do programa Amazônia Sempre, lançado pelo BID há um ano.

Para celebrar os avanços, Goldfajn viajará neste fim de semana para Belém, cidade que sediará a COP30 do clima em 2025.

Lá, ele participará, no sábado, ao lado da secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, de ministros dos oito países amazônicos e líderes empresariais, de debates sobre desenvolvimento sustentável e financiamento climático.

A iniciativa Amazônia Sempre funciona como um "guarda-chuva" ou plataforma que reúne os países da região e países doadores, bancos públicos e privados, governos, instituições de pesquisa, comunidades locais e o setor privado, explicou Goldfajn.

A cooperação entre todos os atores envolvidos é fundamental "para que esse dinheiro realmente chegue aonde vai ter um efeito" e "evitar chegar ao ponto de não retorno", quando a floresta amazônica começará a emitir mais carbono do que absorve, agravando o aquecimento global.

Segundo o chefe do BID, essa vontade política começa a dar frutos: em um ano, os recursos para projetos na Amazônia quadruplicaram, passando de US$ 1 bilhão (R$ 5,63 bilhões) para US$ 4,2 bilhões (R$ 23,7 bilhões). Países como Suécia, Itália e Espanha, entre outros, têm cooperado.

Para ilustrar o bom momento ao qual se refere, Goldfajn evocou um evento do BID em junho em Manaus que reuniu cerca de 900 empresários interessados em investir em projetos sustentáveis, algo inédito. "É apenas um começo, mas um começo encorajador", afirmou.

A Amazônia cobre quase 40% da América do Sul. No último século, perdeu cerca de 20% de sua superfície devido ao desmatamento, causado pelo avanço da agricultura e pecuária, a exploração madeireira e mineradora, e a expansão urbana.

Erradicar a pobreza extrema

O chefe do BID participou na quarta-feira do pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, anunciada no Rio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma das prioridades da presidência brasileira do G20.

"Estamos comprometidos em ajudar os países da região a erradicar a pobreza extrema na América Latina até 2030. Não é uma expressão abstrata. Para isso, precisamos investir [o conjunto dos países] anualmente 1,6% do PIB da região", destacou.

Para atingir este objetivo, Goldfajn defendeu a criação de instrumentos financeiros inovadores em parceria com outras instituições financeiras, como o Fundo Monetário Internacional.

Além disso, anunciou que o BID garantirá que mais de 50% de seus projetos beneficiem "diretamente" as pessoas de baixa renda, especialmente mulheres, afrodescendentes e indígenas, os grupos mais atingidos pela pobreza.

O Rio de Janeiro sedia nesta quinta-feira e sexta-feira uma reunião dos ministros de Finanças do G20, última etapa de negociações antes da cúpula de chefes de Estado e governo em novembro.

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