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Global Stocktake: saiba o que é e porque pode provocar uma virada econômica na COP28

Conheça o balanço global que apoia e analisa o progresso dos países-membros da Conferência das Partes (COP) nas metas do Acordo de Paris; último encontro dessa primeira avaliação acontecerá na COP28

COP dos Emirados Árabes Unidos: Na 28ª edição da COP, serão apresentadas as conclusões e resultados do primeiro balanço global – o Global Stocktake (Getty Images/Getty Images)

COP dos Emirados Árabes Unidos: Na 28ª edição da COP, serão apresentadas as conclusões e resultados do primeiro balanço global – o Global Stocktake (Getty Images/Getty Images)

Fernanda Bastos
Fernanda Bastos

Repórter de ESG

Publicado em 22 de agosto de 2023 às 07h00.

Última atualização em 25 de agosto de 2023 às 15h38.

O Global Stocktake (GST) é um balanço global da ONU (Organização das Nações Unidas) para acompanhar e avaliar a implementação das metas do Acordo de Paris no longo prazo. Ou seja, o balanço considera esforços socioeconômicos para lidar com os impactos ambientais e diminuir os danos associados às mudanças climáticas. O pontapé inicial do balanço aconteceu em Glasgow, na Escócia, durante a COP26 e a primeira discussão sobre o tema ocorreu em março do ano passado, durante a Semana do Clima Mena (MENA Climate Week 2022). 

O próximo passo na agenda é que o balanço seja concluído durante a COP28, nos Emirados Árabes Unidos, visto que o período de duração do da iniciativa é de dois anos, acontecendo de cinco em cinco anos. 

Outro grande objetivo do balanço é fornecer informações essenciais para a compreensão dos esforços globais ligados às ações prioritárias assumidas pelos países a partir do Acordo de Paris. Em outras palavras, o balanço global é o processo para analisar a implementação do acordo e o progresso coletivo nas metas de longo prazo do acordo entre os países-membros. 

Qual é a importância do Global Stocktake? 

O Acordo de Paris é uma ferramenta para que os países possam definir os planos de redução de emissões e adaptação às mudanças climáticas, além de apoiar o desenvolvimento dos planos nacionais de mudanças climáticas, conhecidos como NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas).

Pensando nisso, o balanço global não deixa de ser – por definição – um instrumento para a transformação, já que foi criado para responsabilizar os países na revisão das ações por meio de um inventário global. Por meio dele, os governos poderão ter a chance de visualizar o que foi alcançado e o que precisa ser feito sobre mudanças climáticas. 

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Quais são as etapas do Global Stocktake?

Na primeira etapa, conhecida como fase um, há a preparação e a coleta de informações por meio da ONU, que reúne as informações para conduzir o levantamento. As informações podem chegar de diferentes fontes, estudos e relatórios. Para essa primeira etapa, o período da fase um ocorreu entre novembro de 2021 a junho de 2022. 

Já a segunda fase conta com um período de avaliação técnica, incluindo diálogos nas Conferências do Clima da ONU. Essa fase aconteceu de junho de 2022 para junho de 2023. Os diálogos técnicos têm como enfoque três temas do balanço: a mitigação das emissões dos gases de efeito estufa (GEE), adaptação (pensando em resiliência às mudanças climáticas) e meios de implementação e suporte. Também são considerados os esforços que abordam as consequências sociais e econômicas e os impactos das medidas que evitem, minimizem ou  abordem perdas e danos.

A última e terceira fase envolve a apresentação das conclusões e a consideração dos resultados do primeiro balanço global na COP28, no final de 2023. Ali, as conclusões serão apresentadas e discutidas, forma bastante importante para identificar oportunidades de intensificação do apoio internacional quando o assunto são questões climáticas.

Consequências do Global Stocktake e próximos passos

Visto que o balanço global tem como objetivo atualizar e enriquecer as NDCs e a cooperação entre os países-membros, além de funcionar como um grande inventário, o Global Stocktake identifica pontos focais para que representantes, governos e empresas possam trabalhar em prol da ação climática

O evento, entretanto, não é apenas para o cumprimento de uma etapa. Segundo Simon Stiell, secretário executivo de mudanças climáticas da ONU, este é o momento para correção de curso, pensando em evitar novas e piores consequências climáticas para, a partir disso, traçar um caminho com  soluções independentes de setores e regiões. 

“O balanço global acabará sendo apenas mais um relatório, a menos que os governos e aqueles que eles representam possam analisá-lo e, finalmente, entender o que significa e o que eles podem e devem fazer a seguir. É o mesmo para empresas, comunidades e outras partes interessadas importantes”, disse Stiell. 

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