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Geração de lixo eletrônico atingiu ponto alarmante, diz relatório da ONU

No ritmo atual, lixo eletrônico vai crescer 33% até 2030 e reciclagem cairá para 20%

Lixo eletrônico: taxa de reciclagem pode chegar a 20% do total.  (TDI/Getty Images)

Lixo eletrônico: taxa de reciclagem pode chegar a 20% do total. (TDI/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 21 de março de 2024 às 07h09.

Última atualização em 21 de março de 2024 às 09h38.

À medida que as economias se desenvolvem e o estilo de vida mais direcionado para o consumo se espalha pelo mundo, o lixo eletrônico se transformou em uma crise ambiental de grandes proporções. As pessoas que vivem em países de alta renda possuem, em média, 109 dispositivos elétrico-eletrônicos per capita, enquanto as que vivem em países de baixa renda têm apenas quatro. Um novo relatório da ONU revela que, em 2022, a humanidade produziu 62 milhões de toneladas de lixo eletrônico - mais de 7,7 quilos para cada pessoa na Terra - e reciclou menos de um quarto disso. As informações são da The Wired.

Isso também representa cerca de US$ 62 bilhões em materiais recuperáveis, como ferro, cobre e ouro, que chegam aos aterros de lixo eletrônico todos os anos. Nesse ritmo, o lixo eletrônico crescerá 33% até 2030, enquanto a taxa de reciclagem poderá cair para 20%.

"O que foi realmente alarmante para mim é que a velocidade com que isso está crescendo é muito mais rápida do que a velocidade com que o lixo eletrônico é coletado e reciclado adequadamente", diz Kees Baldé, especialista científico sênior do Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa e principal autor do relatório. "Nós simplesmente consumimos demais e descartamos as coisas muito rapidamente. Compramos coisas que talvez nem precisemos, porque são muito baratas. Além disso, esses produtos não são projetados para serem consertados."

Para complicar ainda mais a situação, o lixo eletrônico pode conter materiais perigosos, como cobalto e chumbo. O relatório constatou que, a cada ano, o lixo eletrônico processado de forma inadequada libera mais de 57 toneladas de mercúrio, colocando em risco a saúde de seres humanos e outros animais. "O lixo eletrônico é um fluxo de resíduos extremamente complexo", diz Vanessa Gray, chefe da Divisão de Telecomunicações de Emergência e Meio Ambiente da União Internacional de Telecomunicações da ONU e autora do relatório. "Há muito valor no lixo eletrônico, mas também há muitos materiais tóxicos que são perigosos para o meio ambiente."

O novo relatório observa que, no total, 3,1 milhões de toneladas de lixo eletrônico são enviados sem controle em todo o mundo, o que significa que seu gerenciamento final é desconhecido e provavelmente não é feito de forma ecologicamente correta. Desse total, os países de alta renda enviaram 907 mil toneladas para países de baixa e média renda em 2022, inundando-os com materiais perigosos.

A Europa, por exemplo, tem índices bastante altos de reciclagem formal de lixo eletrônico, em torno de 43%. Porém, globalmente, a reciclagem não está ocorrendo de forma suficiente para acompanhar o crescimento anual do lixo.

O relatório observa que 81 países têm políticas de lixo eletrônico em vigor e, desses, 67 têm disposições relativas à responsabilidade estendida do produtor, que envolve taxas pagas pelos fabricantes dos equipamentos que seriam destinadas à gestão do lixo eletrônico.

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