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Valter Correia, secretário extraordinário para a COP 30, anuncia antecipação da Cúpula de Chefes de Estado entre nos dias 6 e 7 de novembro de 2025, em Belém. (Isabela Castillo / COP30 Amazônia/Divulgação)
Editora ESG
Publicado em 13 de março de 2025 às 13h10.
Última atualização em 13 de março de 2025 às 13h34.
O governo brasileiro anunciou que antecipará a cúpula de chefes de Estado da COP30 para os dias 6 e 7 de novembro de 2025, em Belém, capital do estado do Pará. Oficialmente, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que este ano acontece no Brasil, começaria no dia 10 de novembro.
A decisão foi informada por Valter Correia, secretário extraordinário para a COP30, que destacou a necessidade de reorganizar o cronograma devido aos desafios logísticos enfrentados pela capital paraense.
"A cúpula faz parte da COP, e a antecipação é uma decisão do Brasil. Isso nos dá tempo para uma reflexão mais aprofundada, sem a pressão da rede hoteleira ou da cidade, além de ajudar a organizar melhor a abertura oficial do evento", explicou Correia em pronunciamento sobre o adiamento.
A Conferência principal, que reunirá delegações de quase 200 países, seguirá conforme o programado, de 10 a 21 de novembro.A determinação para antecipar o encontro dos líderes mundiais, que já havia sido aventada por Helder Barbalho, governador do Pará, em janeiro, faz parte de um conjunto de ações na tentativa de contornar algumas das muitas dificuldade do estado para prover a infraestrutura necessária para receber os cerca de 60 mil participantes esperados.
Na ocasião, conforme antecipado com exclusividade por EXAME, Barbalho mencionou a necessidade de uma "programação estrategicamente estruturada" para administrar o fluxo de público e sugeriu que os primeiros dias fossem dedicados aos líderes e chefes de Estado - prática que agora se oficializa com a antecipação da cúpula, evidenciando que as soluções propostas inicialmente não estão sendo suficientes para superar os gargalos logísticos da cidade.
Entre os principais gargalos que motivaram a mudança estão a limitada rede de hotéis na cidade. A crescente especulação imobiliária tem dificultado a contratação de espaços por parte de empresas e organizações da sociedade civil. Mas pesam também, aspectos como a insuficiente infraestrutura de transporte.
O governo paraense tem anunciado em soluções como a contratação de dois navios transatlânticos, a construção da "Vila Líderes" em parceria com a Itaipu e a transformação de 17 escolas públicas em hostels temporários. Contudo, a capacidade da cidade para receber todos os participantes simultaneamente continua sendo um desafio crítico.