Galp: a maior empresa de petróleo de Portugal também possui participações em blocos offshore de petróleo no Brasil (Bloomberg/Bloomberg)
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Publicado em 2 de junho de 2021 às 14h54.
Última atualização em 2 de junho de 2021 às 15h06.
Por Joao Lima e Matthew Miller, da Bloomberg
O diretor-presidente da Galp Energia SGPS, Andy Brown, disse que está caro comprar ativos de energia renovável no momento. Com isso, a maior empresa de petróleo de Portugal planeja focar o desenvolvimento de seus próprios projetos.
A Galp segue os passos de outras grandes produtoras de petróleo que expandem capacidade em energia renovável, tendo adquirido uma participação em um portfólio espanhol de energia solar em 2020. Embora as operações na refinaria de Matosinhos, Portugal, tenham sido encerradas no início do ano, a refinaria de Sines continua a operar. A Galp também possui participações em blocos offshore de petróleo no Brasil.
“A maior parte do nosso crescimento será orgânico”, disse Brown em entrevista à Bloomberg Television na quarta-feira. “A aquisição de ativos renováveis está muito cara no momento. Vamos olhar se existem oportunidades.”
A Agência Internacional de Energia estima que empresas tradicionais de combustíveis fósseis aumentarão os investimentos verdes para pelo menos 4% dos gastos de capital neste ano, em relação a apenas 1% em 2020, segundo relatório da agência na quarta-feira. Mas isso ainda não será suficiente para colocar o mundo em uma trajetória que limite o aumento das temperaturas globais.
A Galp disse na quarta-feira que seu investimento médio anual líquido no período de 2021-2025 será entre 800 milhões de euros (976 milhões de dólares) e 1 bilhão de euros. Cerca de 30% desse valor será destinado à energia renovável e 40% à exploração e produção de petróleo e gás.
A Galp planeja uma capacidade operacional de energias renováveis superior a 4 gigawatts até 2025. Atualmente, a empresa desenvolve projetos de energia solar na Espanha.
Embora algumas outras grandes empresas de energia tenham separado suas unidades de renováveis por meio de ofertas públicas iniciais, não é uma estratégia nos planos da Galp, disse Brown.
“Não é o momento de olharmos para uma cisão de nosso negócio de renováveis”, disse Brown, ex-diretor de upstream da Royal Dutch Shell, que assumiu o posto de CEO em fevereiro. “No momento, planejamos mantê-lo dentro da empresa, mas desconsolidado de nosso balanço patrimonial.”