ESG

Fundações Ikea e Rockefeller doarão US$ 1 bi para apoiar energia renovável

O anúncio ocorre em um momento em que os países ricos estão sob crescente pressão para cumprir uma promessa de financiamento climático

Limpa, renovável e competitiva (GERMANO LUDERS/Exame)

Limpa, renovável e competitiva (GERMANO LUDERS/Exame)

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Bloomberg

Publicado em 21 de junho de 2021 às 18h16.

Última atualização em 21 de junho de 2021 às 18h59.

Por Leslie Kaufman e Jess Shankleman, da Bloomberg

Em um movimento para iniciar a transição energética globalmente, a Fundação Ikea e a Fundação Rockefeller anunciaram hoje que cada uma delas doará 500 milhões de dólares para apoiar projetos de geração renovável distribuídos em países em desenvolvimento.

Aproximadamente 2,8 bilhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso à energia confiável, de acordo com as Nações Unidas, mas as duas filantrópicas estimam que esses fundos trarão energia para 1 bilhão delas na próxima década. Além disso, uma vez que a parceria terá como alvo comunidades que poderiam depender de combustíveis fósseis para geração de energia agora ou no futuro, eles esperam que essa iniciativa reduza as emissões de carbono em 1 bilhão de toneladas métricas.

“Na verdade, nada jamais foi feito, nem perto dessa escala, quando se trata de levar energia renovável para os pobres do mundo”, disse Rajiv Shah, presidente da Fundação Rockefeller.

O anúncio ocorre em um momento em que os países ricos estão sob crescente pressão para cumprir uma promessa de financiamento climático. Em 2009, as nações ricas prometeram mobilizar 100 bilhões de dólares por ano até 2020 para ajudar os países em desenvolvimento a lidar com os piores impactos das mudanças climáticas e investir em tecnologias verdes.

A reunião de líderes do G7 na semana passada meramente reiterou a promessa de atingir o marco, embora ele devesse ter sido alcançado no ano passado.

A questão de quem paga para enfrentar as mudanças climáticas é essencial para intensificar os esforços para controlar as temperaturas. Os países pobres dizem que precisam de financiamento se quiserem aumentar suas ambições de corte de carbono e investir nas tecnologias necessárias para se livrar dos combustíveis fósseis.

A China vem investindo massivamente na geração de energia nas nações em desenvolvimento há mais de uma década. Somente em 2019 e 2020, a China injetou mais de 20 bilhões de dólares em projetos de energia em países em desenvolvimento, de acordo com informações coletadas pelo American Enterprise Institute, uma think tank com sede em Washington. Isso incluiu projetos de carvão, bem como projetos renováveis em energia solar, hídrica e nuclear.

“Precisamos ser honestos e reconhecer que a abordagem atual não está proporcionando o impacto de que o mundo precisa no tempo que temos”, disse Per Heggenes, diretor executivo da Fundação Ikea. “Isso é tudo uma questão de aceleração.”

Se as nações ricas quiserem cumprir sua promessa de 100 bilhões de dólares, provavelmente será por meio de uma combinação de financiamento público e financiamento privado, disse Jennifer Layke, diretora global de energia do Instituto de Recursos Mundiais, uma organização sem fins lucrativos que não faz parte do acordo. “Alguns dos desafios persistentes para fazer os mercados mudarem e fazer com que os investimentos fluam para o mundo em desenvolvimento continuam sendo problemas realmente complicados”, disse.

Layke também disse que a filantropia pode desempenhar um papel importante em desanuviar o mercado, fornecendo capital inicial para modelos de projetos que demonstrem viabilidade — exatamente o que a parceria Rockefeller e Ikea foi projetada para fazer.

Os parceiros afirmam ter uma lista de projetos em fase avançada na Índia, África e América Latina. Rockefeller já assinou compromissos de desenvolvimento com a International Finance Corporation, braço do setor privado do Grupo Banco Mundial, e a US International Development Finance Corporation, o banco de desenvolvimento da América.

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