Com o fechamento das escolas, 40% das merendas não foram servidas aos estudantes (Antônio Cruz/ABr/Agência Brasil)
Rodrigo Caetano
Publicado em 1 de abril de 2021 às 06h00.
Última atualização em 13 de abril de 2021 às 15h25.
O Programa Mundial de Alimentos da ONU (WFP, na sigla em inglês) faz um alerta: 34 milhões de pessoas correm o risco de morrer de fome no mundo. Para evitar uma tragédia ainda maior, o programa precisa de um financiamento adicional de 5,5 bilhões de dólares. O WFP, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz no ano passado, publica hoje o seu relatório anual.
A falta de alimentos se agravou na pandemia. Na América Latina e no Caribe, o número de pessoas em situação de insegurança alimentar praticamente quadruplicou, de acordo com estimativas do WFP. A tragédia atinge quase 16 milhões de pessoas na região. A situação de fome, segundo o WFP, é determinada quando 20% dos lares enfrenta escassez de alimentos, 30% das crianças sofrem de mal nutrição e as mortes por inanição atingem 2 a cada 10 mil pessoas (insegurança alimentar é um estágio anterior ao da fome).
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Mesmo em países desenvolvidos, o acesso a alimentos tem sido dificultado pela falta de trabalho e dinheiro, especialmente entre os mais jovens. Na França, um quarto dos jovens adultos está, rotineiramente, pulando uma refeição por dia. Protestos de estudantes levaram o presidente francês, Emmanuel Macron, a anunciar um plano de socorro que inclui refeições a 1 euro em lanchonetes de universidades e ajuda financeira.
O fechamento de escolas por causa da pandemia é um dos motivos que levaram ao agravamento da situação. Em comunicado conjunto, a Unicef e o WFP informaram que cerca de 370 milhões de crianças deixaram de receber 40% das refeições que faziam nos colégios. Quase 40 bilhões de merendas foram cortadas em todo o mundo.
Guerras civis e outros conflitos, no entanto, seguem como os maiores causadores da fome aguda, quando há risco iminente de morte por falta de alimentos. Essas regiões, geralmente, não apresentam condições para o envio de ajuda humanitária. Iêmen, Sudão do Sul, Burkina Faso e a região noroeste da Nigéria são as mais complicadas, de acordo com o WFP. Na América do Sul, a Venezuela é apontada como o país mais fragilizado, e na América Central, o Haiti está na pior situação.