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Um dos grandes dilemas do uso intensivo da tecnologia é seu intensivo uso de eletricidade e água em data centers (Globant/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 23 de abril de 2025 às 12h14.
Última atualização em 23 de abril de 2025 às 12h27.
Até 2030, as necessidades globais de energia impulsionadas pela inteligência artificial podem mais que triplicar e resultar em um aumento de 1,2% nas emissões de gases de efeito estufa.
Um dos grandes dilemas do uso da tecnologia é seu intensivo uso de eletricidade e água em data centers, aqueles centros projetados para abrigar servidores, armazenar dados e processar as informações.
A prova viva é a febre da Trend Ghibli do ChatGPT, que consome o equivalente à energia de uma cidade pequena de 10 mil habitantes, conforme mostrou um recente estudo do MIT.
Mas ao mesmo tempo que se torna um 'problemão' ambiental, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revela que os ganhos econômicos da IA compensarão esses "custos ambientais".
Um novo relatório divulgado na terça-feira, 22, apontou que esta tecnologia aumentará o PIB em cerca de 0,5% ao ano entre 2025 e 2030, enquanto as emissões relacionadas custariam US$ 50,7 bilhões (R$ 290,9 bilhões) a US$ 66,3 bilhões (R$ 380,5 bilhões) no mesmo período.
Por outro lado, o relatório ressalta que os ganhos de produção não serão compartilhados igualmente em todo o mundo e faz um apelo aos líderes globais e grandes companhias para a adoção de medidas para minimizar os custos à população.
Segundo o FMI, o impacto climático dependerá crucialmente da capacidade das empresas de tecnologia em cumprirem promessas de redução de emissões em seus data centers, principalmente por meio do aumento no uso de energias renováveis. A exemplo, estariam bigtechs como Google, Microsoft e Amazon.
Especialistas alertam que o potencial positivo será maximizado se a IA conseguir promover ganhos de eficiência energética ou estimular padrões de consumo mais sustentáveis em diversos setores da economia.
O Brasil, por exemplo, é terreno fértil: com mais de 80% da matriz energética proveniente de fontes limpas, o país já se posiciona como o principal polo de IA da América Latina. Um estudo recente da consultoria global Oliver Wyman mostra que 57% dos brasileiros já teriam usado plataformas de IA, média bastante superior a de grandes economias como Espanha, França, Austrália e até os Estados Unidos.
Além disso, os benefícios econômicos poderiam ser direcionados para mitigar os danos e investir em tecnologias e políticas voltadas para a transição energética e redução do consumo — a fim de ajudar na "conta" da compensação.
Outro exemplo seria a implementação de impostos sobre carbono ou regulamentações que incentivem empresas de tecnologia a minimizarem sua pegada ambiental.